CRESCE O DESEMPREGO NO BRASIL, PRINCIPALMENTE NO NORDESTE.
Os mais atingidos são jovens, mulheres, negros (as) e
operários.
André Freire.
de Salvador.
A Pesquisa Nacional
por Amostras de Domicilios (PNAD) Contínua, realizada pelo IBGE, aponta um
crescimento importante do desemprego no Brasil, no primeiro trimestre de 2015.
Nos primeiros meses
desse ano chegamos a 7,9% de desempregados, lembrando que instituto leva em
consideração em sua pesquisa somente aqueles que efetivamente estão procurando
emprego no momento da pesquisa. Esse índice representa um crescimento
sifnificativo se compararmos ao útimo trimestre de 2014, onde o desemprego era
de 6,5%.
Em números absolutos,
estamos falando que existem nesse momento quase 8 milhões de desempregados no
Brasil, segundo o IBGE. Ou seja, 1,5 milhão a mais de desempregados no começo
desse ano, se comparamos com os últimos meses do ano passado.
O desemprego é ainda maior
no Nordeste brasileiro, onde a taxa chega a 9,6%, bem acima da média nacional.
O Estado que é o campeão de desemprego no Brasil nesse momento é o Rio Grande
do Norte, com um índice muito preocupante de 11,5%.
A pesquisa demonstra
mais uma vez a desigualdade entre homens e mulheres. Existe um índice de
desemprego bem superior entre as mulheres, chegando a 9,6%, acima da média
geral, enquanto entre os homens o desemprego é de 6,6%.
Porém, o que mais
surpreende é o índice de desemprego na juventude. Entre os que possuem idade
entre 18 e 24 anos, o desemprego chega ao absurdo de 17,6%, mais que o dobro do
que na média geral.
Entre os setores econômicos
que mais contribuíram para o crescimento do desemprego estão a Indústria e a
Construção Civil, revelando um aumento expressivo do desemprego na classe
operária brasileira.
Por exemplo, somente
em abril as montadoras de automóveis demitiram 1.239 trabalhadores e as
demissões nos primeiros meses de 2015 já chegam a 4.600 trabalhadores. Outro
grande número de demitidos vem das empreiteiras da Petrobrás, onde as demissões
deram um salto com as investigações sobre a corrupção na empresa.
Outro setor onde
cresceram significativamente as demissões foi no Comércio. Justamente nos
setores operários e do comércio onde se encontram um maior contingente de
trabalhadores negros (as) brasileiros, revelando outra triste desigualdade
brasileira, entre negros e brancos.
Como conclusão,
podemos afirmar com segurança que o crescimento do desemprego pegou em cheio as
mulheres e os negros (as). Para os trabalhadores e a maioria do povo existe
ainda uma combinação, ainda mais perversa, entre exploração e opressão no
capitalismo brasileiro, marcado aind apela presença do racismo e o machismo.
APROVAÇÃO DO AJUSTE FISCAL VAI PIORAR A SITUAÇÃO
Infelizmente, ao
contrário do discurso do Governo Federal, o mais provável é que a situação vai ainda
piorar, caso siga sendo aplicada a política econômica da Presidente Dilma (PT)
e do Ministro da Fazenda, o banqueiro Joaquim Levy, através principalmente do
seu famigerado ajuste fiscal.
Nessa semana, o
governo Dilma comemora a aprovação na Câmara dos Deputados da Medida Provisória
665, com o apoio das bancadas de deputados do PT e do PCdoB.
Logo em um momento
onde cresce o desemprego, essa medida, por exemplo, dificulta o acesso dos
trabalhadores ao seguro desemprego - agora só terá acesso ao seguro desemprego
quem tiver trabalhando há um ano, antes eram seis meses.
Uma grande traição
desses partidos que ainda se dizem representar os trabalhadores. Mais um ataque
cruel do governo Dilma, que a cada dia vem revelando a sua verdadeira face, ou
seja, de governar de acordo com os interesses do grande capital, atacando os
direitos da classe trabalhadora, da juventude e da maioria do nosso povo.
AMPLIAR E UNIFICAR AS LUTAS PARA DERROTAR O AJUSTE
Não podemos confiar
nem mais nenhum minuto no Governo Dilma e nesse Congresso Nacional, formado por
uma esmagadora maioria de parlamentares corruptos e dos partidos da direita
tradicional.
Para os trabalhadores
só existe um caminho a seguir: intensificar as suas mobilizações para derrotar
esse ajuste fiscal, especialmente as suas medidas mais perversas, como o
Projeto de Lei que amplia a terceirização do trabalho e as Medidas Provisórias
664 e 665, que rabaixam os direitos trabalhistas e previdenciários.
O próximo passo
fundamental é realizar outro grande dia nacional de lutas e paralisações no dia
29 de maio. Essa grande manifestação nacional foi convocada por centrais
sindicais como a CUT, a CTB e a CSP Conlutas, entre outras entidades sindicais
e movimentos populares combativos.
O dia 29 de maio pode
ser ainda mais forte do que foi o dia de luta realizado no último dia 15 de
abril. Por isso, deve ser preparado desde a base, para ser de fato um passo
decisivo para a realização de uma verdadeira greve geral em nosso país, que
derrote de uma vez por todas o ajuste fiscal e a política econômica do Governo
Dilma - Levy.
O dia 29 de maio
precisa ser uma mobilização nacional forte e não só independente, mas de fato
contra esse Governo. Portanto, as direções das centrais sindicais,
especialmente da CUT e da CTB, devem romper imediatamente com o apoio político
que ainda dão ao governo Dilma.
Só com a ampliação das
lutas e da nossa unidade para lutar poderemos derrotar o ajuste fiscal do
governo do PT e da direita tradicional, e na prática combater o crescimento do
desemprego no Brasil.
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