sábado, 9 de maio de 2015

CRESCE O DESEMPREGO NO BRASIL, PRINCIPALMENTE NO NORDESTE. Os mais atingidos são jovens, mulheres, negros (as) e operários.


CRESCE O DESEMPREGO NO BRASIL, PRINCIPALMENTE NO NORDESTE.
Os mais atingidos são jovens, mulheres, negros (as) e operários.

André Freire.
de Salvador.

A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicilios (PNAD) Contínua, realizada pelo IBGE, aponta um crescimento importante do desemprego no Brasil, no primeiro trimestre de 2015.
Nos primeiros meses desse ano chegamos a 7,9% de desempregados, lembrando que instituto leva em consideração em sua pesquisa somente aqueles que efetivamente estão procurando emprego no momento da pesquisa. Esse índice representa um crescimento sifnificativo se compararmos ao útimo trimestre de 2014, onde o desemprego era de 6,5%.
Em números absolutos, estamos falando que existem nesse momento quase 8 milhões de desempregados no Brasil, segundo o IBGE. Ou seja, 1,5 milhão a mais de desempregados no começo desse ano, se comparamos com os últimos meses do ano passado.
O desemprego é ainda maior no Nordeste brasileiro, onde a taxa chega a 9,6%, bem acima da média nacional. O Estado que é o campeão de desemprego no Brasil nesse momento é o Rio Grande do Norte, com um índice muito preocupante de 11,5%.
A pesquisa demonstra mais uma vez a desigualdade entre homens e mulheres. Existe um índice de desemprego bem superior entre as mulheres, chegando a 9,6%, acima da média geral, enquanto entre os homens o desemprego é de 6,6%.
Porém, o que mais surpreende é o índice de desemprego na juventude. Entre os que possuem idade entre 18 e 24 anos, o desemprego chega ao absurdo de 17,6%, mais que o dobro do que na média geral.
Entre os setores econômicos que mais contribuíram para o crescimento do desemprego estão a Indústria e a Construção Civil, revelando um aumento expressivo do desemprego na classe operária brasileira.
Por exemplo, somente em abril as montadoras de automóveis demitiram 1.239 trabalhadores e as demissões nos primeiros meses de 2015 já chegam a 4.600 trabalhadores. Outro grande número de demitidos vem das empreiteiras da Petrobrás, onde as demissões deram um salto com as investigações sobre a corrupção na empresa.
Outro setor onde cresceram significativamente as demissões foi no Comércio. Justamente nos setores operários e do comércio onde se encontram um maior contingente de trabalhadores negros (as) brasileiros, revelando outra triste desigualdade brasileira, entre negros e brancos.
Como conclusão, podemos afirmar com segurança que o crescimento do desemprego pegou em cheio as mulheres e os negros (as). Para os trabalhadores e a maioria do povo existe ainda uma combinação, ainda mais perversa, entre exploração e opressão no capitalismo brasileiro, marcado aind apela presença do racismo e o machismo.

APROVAÇÃO DO AJUSTE FISCAL VAI PIORAR A SITUAÇÃO

Infelizmente, ao contrário do discurso do Governo Federal, o mais provável é que a situação vai ainda piorar, caso siga sendo aplicada a política econômica da Presidente Dilma (PT) e do Ministro da Fazenda, o banqueiro Joaquim Levy, através principalmente do seu famigerado ajuste fiscal.
Nessa semana, o governo Dilma comemora a aprovação na Câmara dos Deputados da Medida Provisória 665, com o apoio das bancadas de deputados do PT e do PCdoB.
Logo em um momento onde cresce o desemprego, essa medida, por exemplo, dificulta o acesso dos trabalhadores ao seguro desemprego - agora só terá acesso ao seguro desemprego quem tiver trabalhando há um ano, antes eram seis meses.
Uma grande traição desses partidos que ainda se dizem representar os trabalhadores. Mais um ataque cruel do governo Dilma, que a cada dia vem revelando a sua verdadeira face, ou seja, de governar de acordo com os interesses do grande capital, atacando os direitos da classe trabalhadora, da juventude e da maioria do nosso povo.

AMPLIAR E UNIFICAR AS LUTAS PARA DERROTAR O AJUSTE

Não podemos confiar nem mais nenhum minuto no Governo Dilma e nesse Congresso Nacional, formado por uma esmagadora maioria de parlamentares corruptos e dos partidos da direita tradicional.
Para os trabalhadores só existe um caminho a seguir: intensificar as suas mobilizações para derrotar esse ajuste fiscal, especialmente as suas medidas mais perversas, como o Projeto de Lei que amplia a terceirização do trabalho e as Medidas Provisórias 664 e 665, que rabaixam os direitos trabalhistas e previdenciários.
O próximo passo fundamental é realizar outro grande dia nacional de lutas e paralisações no dia 29 de maio. Essa grande manifestação nacional foi convocada por centrais sindicais como a CUT, a CTB e a CSP Conlutas, entre outras entidades sindicais e movimentos populares combativos.
O dia 29 de maio pode ser ainda mais forte do que foi o dia de luta realizado no último dia 15 de abril. Por isso, deve ser preparado desde a base, para ser de fato um passo decisivo para a realização de uma verdadeira greve geral em nosso país, que derrote de uma vez por todas o ajuste fiscal e a política econômica do Governo Dilma - Levy.
O dia 29 de maio precisa ser uma mobilização nacional forte e não só independente, mas de fato contra esse Governo. Portanto, as direções das centrais sindicais, especialmente da CUT e da CTB, devem romper imediatamente com o apoio político que ainda dão ao governo Dilma.
Só com a ampliação das lutas e da nossa unidade para lutar poderemos derrotar o ajuste fiscal do governo do PT e da direita tradicional, e na prática combater o crescimento do desemprego no Brasil.





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