ACM Neto: o que as pesquisas não dizem, a realidade nos conta

No “reino” do prefeito “Netinho” Salvador é vendida como a cidade do turismo, como diz o ditado popular, pra “inglês vêr”

Governador Rui Costa (PT): caviar para a classe média e os turistas, lata de sardinha para os trabalhadores

O governador do PT declara que é preciso criar linhas especiais para atender um setor da classe média que não se sente atraída pelo transporte coletivo de Salvador.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Nota da Juventude do PSTU-Bahia em apoio à greve dos professores da UFBA



Uma verdadeira onda de greves na educação sacode o país neste momento. São cerca de 50 universidades paradas por conta dos históricos problemas que a educação brasileira enfrenta. Professores que se deparam cotidianamente com condições cada vez mais precárias de trabalho resolveram então se levantar e responder aos duros ataques desferidos pelo governo. O resultado disso é um movimento grevista cada vez mais forte, que tem conseguido trazer outras universidades e institutos para a luta. A UFBA, após assembleia realizada nesta terça, é mais uma das universidades que aderem ao movimento grevista.

Há muito tempo não se via na UFBA uma participação tão expressiva da categoria em assembleias. A atual diretoria da APUB que durante todo mandato tem jogado contra a mobilização da categoria, não conseguiu conter os professores de se colocarem em luta pelas suas pautas. O desejo da direção do sindicato de paralisar os professores e proteger o governo de mais um enfrentamento foi derrotado e os professores votaram pela adesão da UFBA à greve nacional. A direção da APUB desde então tem buscado subterfúgios para deslegitimar a greve. Apoiando-se num regimento ilegítimo, tentam questionar a soberania de uma assembleia legítima, que expressou o sentimento da base. E o sentimento é que só através da luta vamos conquistar melhorias para a universidade.

Pioneira na implementação da principal política para a educação do governo, o REUNI, a UFBA enfrenta de maneira alarmante os problemas de uma expansão sem recursos. O drama vivido por professores e estudantes é parte de um processo de precarização e sucateamento do ensino público iniciado desde o governo FHC, com os planos neoliberais, e que se aprofundaram no governo Lula e Dilma. Os cortes de quase R$ 5 bilhões desde o início de seu mandato fazem de Dilma uma verdadeira inimiga da educação pública no país.

As greves na educação não acontecem de maneira isolada no país. Rodoviários, trabalhadores da construção civil e da saúde, tem demonstrado que o ataque dos patrões e do governo à classe trabalhadora tem sido cada vez mais duros. Na Bahia, o ano tem sido marcado por fortes mobilizações. A greve dos policiais no início desse ano demonstrou o potencial de luta que os trabalhadores têm quando se colocam em mobilização. Segue em curso também a poderosa greve dos professores da rede estadual de ensino, que conta com o apoio de pais e estudantes que vão para as assembleias, participam dos atos e só fortalecem o movimento grevista.

Aliada da classe trabalhadora, a juventude tem tido papel importante em todos esses processos. É fundamental que possamos avançar para que os estudantes se mobilizem junto com os professores, construindo uma greve unificada em defesa de uma educação de qualidade. Nesse momento, será decisivo o apoio dos estudantes aos professores em sua luta. Mais do que reivindicar melhorias salariais, o movimento grevista deve pautar uma universidade verdadeiramente democrática e acessível aos setores oprimidos e excluídos da sociedade. A juventude precisa lutar para que a educação esteja a serviço da transformação da sociedade e não de sua sustentação.

Nós da juventude do PSTU somos a favor de todas as mobilizações da classe trabalhadora em defesa de seus direitos. Sabemos que o mundo que vivemos é injusto e reserva pra juventude um futuro de incertezas. Mas, nossa força e nossa união serão decisivas para que possamos construir o futuro que merecemos. A sociedade capitalista é responsável por todas as mazelas de que sofrem os trabalhadores e jovens e é contra ela que precisamos gastar todos nossos esforços, nos aliando aos explorados e oprimidos.

Apoiamos todos os professores que se colocaram em luta contra os ataques do governo e exigimos que este atenda as reivindicações do movimento grevista! Que os professores tenham condições dignas de trabalho e os estudantes possam estudar com qualidade! Que Dilma garanta 10% do PIB para a educação já, pois não podemos mais esperar! Chamamos toda a juventude a apoiar a greve, somando-se a ela através de uma greve estudantil para que este movimento seja vitorioso na luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade!

Salvador, 30 de Maio de 2012

Juventude do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Jornal PSTU Bahia: onda de greves sacode a Bahia

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Bahia de todas as lutas: onda de greves sacode o estado neste primeiro semestre



Repressão: Exército, a mando de Wagner e Dilma ,
cerca a Assembleia Legislativa ocupada
pelos policiais grevistas
Aqueles que acreditavam que a postura autoritária, intolerante e prepotente do governo Wagner frente à greve da PM, em fevereiro deste ano, significaria a abertura de uma situação adversa para os sindicatos e os trabalhadores na Bahia se enganaram. A greve da PM polarizou a sociedade e desmascarou o discurso do governo. Além de não atender às reivindicações dos policiais e se recusar a negociar, o governo utilizou a repressão no melhor estilo “carlista” para derrotar o movimento. Centenas de policiais estão sofrendo com os processos administrativos e até pouco tempo o principal líder da greve encontrava-se preso.

A greve da PM provocou a maior crise política do governo Wagner e desnudou a crise da segurança pública no estado. A repressão e criminalização da greve, apoiada na campanha midiática contra os policiais, e a falta de uma solidariedade ativa dos sindicatos dirigidos pela CUT e pela CTB resultaram em uma derrota parcial dos policiais. Ao mesmo tempo, a forte greve da PM fortaleceu o sentimento nos diferentes setores de que é possível enfrentar a arrogância do governo e dos patrões.

Assembleia  da Construção Civil em abril de 2012

O exemplo dado pelos policiais foi seguido pelos operários da construção pesada que pararam as principais obras de infra-estrutura da Bahia durante 15 dias do mês de abril e pelos professores do estado em greve há 44 dias. Nesta semana, os professores da Univasf e da UFRB se somaram à greve nacional das Universidades Federais. Também neste mês de maio, os rodoviários cruzaram os braços e pararam 100% do transporte coletivo em Salvador com a campanha “Quem carrega vidas merece respeito”. Os professores da rede privada, por sua vez, paralisaram suas atividades com indicativo de greve para próxima terça-feira (29).

A Bahia está frente a um ciclo de greves e mobilizações da classe trabalhadora em defesa de melhores salários e direitos. Essas lutas são a maior demonstração de que seguimos vivendo em um país injusto e desigual. Os frutos do crescimento econômico no Brasil e na Bahia não são distribuídos para o conjunto da população e só uma pequena minoria da sociedade se beneficia com o crescimento econômico: os políticos corruptos e os patrões. Os trabalhadores rodoviários, da construção civil e os professores seguem recebendo salários miseráveis e as péssimas condições de trabalho vêm gerando um aumento das doenças e acidentes de trabalho. Essa é a realidade diária de milhões de trabalhadores em nosso Estado.

Mesmo sendo a sexta economia do mundo, os serviços públicos no Brasil estão longe de atender as necessidades da população, basta ver o sucateamento da educação, da saúde e do transporte “publico”. A Bahia, por sua vez, é o estado mais rico do nordeste, mas isso não tem significado uma melhoria na vida dos trabalhadores. O problema não é a falta de dinheiro, mas a política econômica do governo Dilma e Wagner que seguem aplicando uma política de privatização para atender os interesses dos empresários. Milhões de reais que poderiam ser utilizados para melhorar os serviços públicos são destinados para as grandes obras da copa e das olimpíadas, o pagamento da divida externa e uma parte importante desse dinheiro vai parar no bolso de políticos e partidos corruptos, como demonstra o atual escândalo de corrupção envolvendo parlamentares governistas e da oposiçao de direita.

A situação do transporte coletivo em Salvador é a maior demonstração de que os governos e os empresários não estão nenhum pouco preocupados com a população. Enquanto os empresários de ônibus ganham milhões, os motoristas e cobradores vivem com salários de fome e os usuários do transporte coletivo têm que suportar, diariamente, os ônibus superlotados, tarifas absurdas, estações completamente sucateadas e o trânsito infernal para chegar ao seu trabalho.

Por tudo isso, afirmamos que as greves são justas e os verdadeiros responsáveis são os patrões e os governos que se recusam a atender as mínimas reivindicações dos trabalhadores. Lamentavelmente, a postura do PT e do PC do B, que antes estiveram nas lutas, é criminalizar os grevistas para preservar o governo e os lucros dos patrões. Esses partidos mudaram de lado.

Ato dos Professores em greve
Para poupar o governo Wagner e manter seus cargos, o presidente do PC do B no Estado, Daniel Almeida chegou ao absurdo de advertir o presidente da APLB, Rui Oliveira (também militante do PC do B) por transformar a greve dos professores em uma “mobilização política contra o governo”. A mesma postura foi adotada pelo PCdoB para eliminar a possibilidade de apoio da CTB (central que o partido dirige) à greve da PM. Agora, o governo Wagner do PT e do PC do B vem utilizando os métodos mais duros para derrotar o movimento dos professores no melhor estilo da direita nesse país.

Mesmo com os salários cortados e resistindo há quase dois meses de greve, os professores demonstram a força da categoria. A greve já é a mais forte e radicalizada dos últimos anos. A disposição dos professores em cada assembleia é de seguir a greve e manter a ocupação da Assembleia Legislativa, inciada desde o dia 18 de abril.

Unificar as lutas para arrancar vitórias!

Nós do PSTU acreditamos que é possível vencer e por isso colocamos todo o nosso esforço militante a serviço das greves e das lutas que acontecem no nosso estado. Mas, para isso é necessário unificar as lutas do serviço publico estadual, chamando uma paralisação de 24 horas.

A FETRAB, a APLB e a CTB, à frente do funcionalismo público, são os maiores responsáveis por construir essa paralisação, transformando-a em um grande dia de luta. Infelizmente, o partido que dirige essas organizações é o PC do B, um fiel aliado do PT e de Wagner. Por isso fazemos um chamado que os dirigentes sindicais desse partido não se submetam à orientação da direção política do PC do B. A força da nossa luta está na independência do governo, como vem demonstrando os heroicos professores. Nenhuma ilusão e subordinação a Wagner, ao PT e ao PC do B.

Frente à traição desses partidos, nós do PSTU nos orgulhamos de ser o partido das lutas e do socialismo e por está lado a lado com os professores e rodoviários. Nestas lutas defendemos a unidade da classe trabalhadora e a mais ampla solidariedade aos setores em greve.

Por que Salvador parou?

Greve dos rodoviários muda rotina da cidade e expõe a irresponsabilidade dos patrões, da prefeitura, e do governo do estado.



Estação da Lapa vazia. 100% da frota parou!

                                     
                                  Jean Montezuma, da direção estadual do PSTU

Pontos lotados sem proteção contra o sol e a chuva, longa espera pelos ônibus, trabalhadores indignados com um péssimo serviço de transporte. Não, isso não é o panorama de Salvador desde que teve início a greve dos rodoviários. Essa é a “normalidade” defendida e imposta pela prefeitura e o SETPS a nós trabalhadores e trabalhadoras. Todos os dias a rotina de quem necessita do transporte coletivo na 3ª maior capital do país é uma verdadeira prova de resistência. A espera é sempre muito longa, os ônibus sempre lotados são sujos e não oferecem um mínimo de dignidade, além do transito infernal com seus congestionamentos espalhados por toda cidade em qualquer hora do dia. Pra completar esse quadro caótico e desesperador ainda somos obrigados a pagar uma das mais caras tarifas entre as capitais brasileiras.

Não é preciso ser especialista. Qualquer jovem ou trabalhador sabe que o transporte público em Salvador é de péssima qualidade. Todos tem na ponta da língua um enorme roteiro de críticas relacionadas a esse verdadeiro desrespeito ao qual somos expostos diariamente. O transporte público de massas é uma obrigação dos governos, e é dever das prefeituras zelar pela sua qualidade.  Mas ,em Salvador,  assim como na absoluta maioria das grandes cidades brasileiras, essa tarefa foi entregue à iniciativa privada. O problema é que para empresário, o usuário não passa de um número. O objetivo destes senhores do SETPS é engordar suas contas bancárias e lucrar, lucrar muito as nossas custas.

Intransigência dos empresários e omissão da prefeitura: os reais motivos da greve.

Se o dia a dia dos usuários do sistema de transporte coletivo de Salvador é sofrível, as condições daqueles que trabalham nele são ainda piores. Os rodoviários tem uma jornada de trabalho extenuante, sofrem assédio moral dos seus supervisores para cumprirem com os horários, são submetidos diariamente ao stress do trânsito caótico de Salvador, e vem sofrendo sucessivos cortes de direitos e achatamento dos seus salários. Isso acontece porque a formula tarifa absurda para os usuários + rodoviários mal remunerados e precarizados é fundamental para garantir os lucros dos patrões.

A greve que se iniciou à 00:00 da última quarta 23/05 é fruto da vontade da categoria de dar uma basta a esta situação, como o próprio slogan da campanha do SINTRO - BA (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Bahia)  diz “Quem carrega vidas merece respeito”. Para repor as perdas salarias dos últimos anos, os trabalhadores reivindicam um aumento salarial de 13,8%, aumento no ticket alimentação e volta do direito ao quinquênio. A arrogância dos patrões é tamanha que a contrapartida oferecida, 4,9%, é inferior à inflação. Na prática isso significa nenhum aumento real para categoria.

A prefeitura de João Henrique tem sido uma grande aliada do SETPS. Como se não bastasse a ausência completa de qualquer tipo de fiscalização que obrigue as empresas a prestar um serviço de qualidade, ano após ano o prefeito e seus vereadores presenteiam os empresários com reajustes injustificáveis da tarifa de ônibus. Por outro lado, quando entram em cena os trabalhadores e suas reivindicações, a prefeitura desaparece, os vereadores se omitem, e a única saída que resta aos trabalhadores é ir à greve.

Uma cobertura escandalosa: Governos e patrões usam a imprensa contra os trabalhadores.

Desde ontem, a grande mídia tem dado enorme destaque à greve. As matérias dos jornais, as entrevistas, os editoriais apontam todos para o mesmo sentido: demonstrar os transtornos causados pela ausência dos ônibus e questionar o “radicalismo” dos rodoviários. Jogar trabalhador contra trabalhador tem sido uma tática recorrente dos governos e patrões, apoiados  na grande mídia, para tentar deslegitimar movimentos grevistas. Essa tem sido a postura de Wagner frente à heróica greve dos professores estaduais e foi assim também com a greve dos PM’s.

Os trabalhadores indignados com o caos instaurado desde ontem precisam ter a certeza que os responsáveis pela greve são os patrões, a prefeitura e o governo do estado. Estes senhores poderiam ter atendido as reivindicações dos rodoviários, mas  preferiram pagar pra ver. Agora com a greve em curso se utilizam da imprensa para jogar a opinião pública contra os grevistas.

Hipocrisia e irresponsabilidade: Prefeitura e governo do estado deixam a população entregue à própria sorte.

Com a greve instaurada, os trabalhadores tentam de alguma maneira seguir com os seus compromissos. A saída encontrada tem sido o uso do transporte clandestino. Desde ontem, vans e carros particulares atravessam a cidade oferecendo o serviço de transporte à população com a conivência das autoridades. A AGERBA, Agência Estadual que fiscaliza os transportes, e a TranSalvador decidiram liberar  o transporte clandestino durante a greve. A hipocrisia dos governos estadual e municipal é tamanha que ao mesmo tempo em que questionam na justiça a legitimidade da greve liberam a prática ilegal do transporte clandestino. “Não vamos para rua fiscalizar porque seria um contrassenso. Não que eu seja favorável, não que eu ache bom. Mas com o impasse terrível da greve, o cara tem que se virar de qualquer jeito. Ou é isso, ou para o estado” afirmou Eduardo Pessoa, diretor executivo da AGERBA em entrevista ao Jornal Correio da Bahia. 

Ao invés de atender as reivindicações dos rodoviários e garantir a volta do transporte regular, os governos expõem a população aos riscos de uma modalidade de transporte que não tem a menor fiscalização e segurança. Wagner e João Henrique devem ser responsabilizados pelos riscos que estão expondo os trabalhadores.

A Justiça mais uma vez se solidariza com os patrões.

A Justiça entrou em cena para tentar intermediar o conflito. A proposta rebaixada de consenso feita pelo Tribunal Regional do Trabalho de 8,5% foi rechaçada pelos patrões. Ao invés de impor restrições à patronal e frente à inevitabilidade da greve, a saída do TRT foi encaminhar um golpe aos rodoviários exigindo que, em caso de greve, 40% da frota deveria ser mantida nas ruas e 60% nos horários de pico. O descumprimento dessa portaria resultará em multa ao sindicato. O PSTU repudia o posicionamento da Justiça e parabeniza os rodoviários pela bravura e determinação de manter 100% da frota parada!

Cercar a greve de solidariedade e derrotar os patrões.

 A única solução para a volta dos ônibus às ruas deve ser o cumprimento das reivindicações apresentadas pelos trabalhadores. Neste sentido, os partidos e organizações da esquerda, além das Centrais e os sindicatos devem se perfilar junto aos rodoviários e cobrar uma ação imediata da prefeitura e do governo do estado.

Se o SETPS alega não ter dinheiro para atender a pauta dos trabalhadores e também justifica a péssima qualidade do serviço de transporte como um problema de receita, está mais do que na hora de por em pauta a necessidade de reestatizar o transporte coletivo de Salvador.

A privatização do transporte público não trouxe nenhum benefício para os trabalhadores. Com a reestatização será possível combater problemas crônicos menosprezados pelos empresários que só se interessam em aumentar suas taxas de lucro. Com o fim do controle do SETPS, poderemos diminuir radicalmente o preço da tarifa, acabar com as filas, com a superlotação e atender de maneira digna os jovens e trabalhadores que dependem diariamente deste serviço.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

PCdoB: Entre a luta dos professores e a defesa do governo Wagner.

Direção estadual adverte publicamente militante e dirigente sindical por conduzir uma greve política contra o governo Wagner.

Jean Montezuma e Laís Moreira
Daniel Almeida (PCdoB) e Wagner (PT)

O PCdoB tem sido um fiel aliado do PT em nível nacional e estadual. Junto com o PT e a burguesia aplicam os planos do imperialismo para o Brasil e confundem os trabalhadores fazendo com que acreditem que governar com os patrões é um bom negócio. Em troca de seus esforços, estes comunistas ocupam cargos no governo Dilma e na Bahia ao lado de Wagner no 1º escalão do governo estadual.


Através da CTB, o PCdoB dirige o movimento sindical baiano com um peso muito superior ao da própria CUT. Além da construção civil, bancários, metalúrgicos e muitas outras categorias, o PCdoB comanda a APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia) e dirige a FETRAB (Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia). Com a greve dos professores da rede estadual em curso há mais de 40 dias, este partido se encontra numa indigesta situação. Como ser parte de uma greve que se choca com o governo do qual são parte integrante? Nessa hora o que vale mais, a defesa do governo ou a luta dos trabalhadores?

A greve, iniciada 11 de abril, é pelo cumprimento da Lei Nacional do Piso e tem se caracterizado pela radicalização do movimento e pela participação massiva da categoria. A mobilização choca-se frontalmente com o governo petista e evidencia a indignação de um importante setor do funcionalismo estadual com o governo que foi eleito comprometendo-se com as bandeiras históricas dos docentes e da Educação Pública.

Desde que a greve começou, a postura do PCdoB foi a de apelar para uma saída negociada e evitar uma maior radicalização do movimento. Em nenhum momento esse partido se posicionou publicamente em defesa dos professores e quando a base governista votou a lei nº19.779, um golpe que retira direitos dos professores, os parlamentares do PCdoB se abstiveram, segundo eles em sinal de protesto. Se não tinham acordo com a lei proposta por Wagner porque então não votaram contra ela? A resposta é simples, para evitar incômodos com seus verdadeiros aliados, o PT e o governador.

Agora a direção do PCdoB quebrou o silêncio através de uma polêmica declaração do seu presidente estadual, o deputado federal Daniel Almeida. Em entrevista concedida ao site Bahia Notícias no dia 21/05, o dirigente afirmou: “o partido orientou para uma posição de não fazer nenhum ataque ao governo, no sentido de não fragilizá-lo”. No momento em que professores se enfrentam bravamente contra um governador que os menospreza e criminaliza sua greve, tudo que o PCdoB tem a dizer é que não se deve fragilizar o governo. O absurdo não para por aí. Daniel Almeida disse também que a direção estadual do PCdoB aprovou uma deliberação de censura ao também dirigente do PCdoB e presidente do sindicato dos professores, Rui Oliveira, por avaliar que sua conduta tem dado a greve "um caráter político e não reivindicatório".

Fica clara a opção feita pelo PCdoB. Diante da luta aberta entre governo e os trabalhadores, o partido que reivindica a bandeira do socialismo prefere proteger o governo e silenciar frente às reivindicações do movimento.

PCdoB, de que lado você samba?

Desde a chegada de Lula ao governo federal em 2002, PT e PCdoB tentam convencer a todos que é possível conciliar interesses de trabalhadores e patrões. Wagner não prioriza a educação porque o seu governo está voltado para corresponder aos interesses das grandes empreiteiras, dos mega-especuladores, e de todo o empresariado que investiram milhões para sua campanha eleitoral e agora esperam pelo retorno deste investimento. É evidente que os interesses desses senhores são inconciliáveis com o dos trabalhadores da educação.

A CTB comandada pelo PCdoB mesmo quando vai à greve esbarra num obstáculo crucial. Não é possível uma Central sindical ir até as ultimas consequências na defesa dos trabalhadores se não há independência política frente aos governos. A vitória da greve dos professores está condicionada à necessidade de romper com Wagner e derrotar seus planos para educação pública baiana. Os professores já deram provas suficientes de que estão dispostos a isso, mas o partido e a Central que dirigem o seu sindicato e encabeçam o movimento sindical baiano até agora têm preferido sacrificar a greve para preservar o governo petista.  

No início do ano, a direção estadual do PCdoB assumiu uma postura semelhante frente à greve  da PM baiana. Na ocasião, o PCdoB declarou apoio ao governo e proibiu seus militantes de participarem das assembleias dos policias e também de se manifestarem publicamente em favor do movimento. Depois que Wagner desmontou a greve, iniciou uma caça às bruxas através de processos abertos contra mais de 200 policiais grevistas e o PCdoB mais uma vez se calou.

Para garantir a vitória da educação é necessário romper com o governo e fortalecer a greve. Wagner já deixou bem claro sua posição. Entrou com uma ação pedindo a ilegalidade da greve, se recusou a negociar com o movimento, cortou os salários dos professores e agora culpabiliza os mesmos pelo comprometimento do ano letivo e por deixar as “criancinhas” fora das salas de aula. O governador petista está determinado a derrotar a greve e a desmoralizar os educadores perante a sociedade baiana.

Diante disso, o caminho até a vitória da educação perpassa por romper com o governo petista e derrotá-lo através da continuidade e da radicalização da greve. A luta dos professores precisa ser incorporada por todo movimento sindical e pelos partidos e organizações da esquerda. Mais uma vez, o PCdoB a frente da FETRAB tem nas mãos a possiblidade de convocar o funcionalismo público para se perfilar ao lado dos professores e pôr o governo do PT  contra a parede. Até agora nenhuma iniciativa neste sentido foi tomada por este partido que tem nas mãos parte importante do destino da greve e até agora permanece de braços cruzados.

O PSTU acredita que uma educação pública, gratuita e de qualidade só poderá ser conquistada com um governo dos trabalhadores que governe para os trabalhadores. Enquanto o PT e o PCdoB insistirem em se aliar com os patrões para governar, a classe trabalhadora sairá sempre prejudicada e a resposta à altura serão as greves e a luta. Com a palavra o PCdoB.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Professora Amanda Gurgel participa de atividades da greve dos trabalhadores em educação da Bahia


                                                                                                        Humberto Dias, de Salvador-BA

foto: Duda Carvalho
Nesta segunda-feira (07/05), a professora Amanda Gurgel (RN) esteve presente em Salvador para participar das atividades de greve dos trabalhadores em educação do estado da Bahia. Pela manhã, Amanda participou da assembleia da categoria que está em greve há quase um mês. Durante a assembleia, com aproximadamente 800 trabalhadores, Amanda declarou solidariedade de todos os professores de Natal-RN à greve e falou da importância de que, nesse momento, a CNTE convoque uma luta nacional do setor da educação. Em Natal os professores também se encontram em greve pelo pagamento do piso.

Durante a tarde, Amanda participou de uma atividade, convocada pelo núcleo de professores da CSP – Conlutas, na Assembleia Legislativa da Bahia, ocupada pelos grevistas há quase um mês. Estiveram presentes cerca de 100 professores. Na ocasião, Anderson, da Intersindical, destacou a diferença dessa greve para as outras mobilizações da categoria, pois, nesse momento, os professores lutam pela efetivação de duas leis já aprovadas (Lei do Piso e FUNDEB) e se enfrentam com um governo do PT. Nesse sentido, argumentou que os dados tem mostrado que o problema na Bahia não é a falta de verbas para aumentar o salário dos professores, mas sim a falta de prioridade do governo Wagner.

O professor Valdir dos Santos (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Lauro de Freitas – ASPROLF) também esteve presente na atividade e resgatou que há um mês os professores de Lauro de Freitas estavam em greve para exigir do governo de Moema Gramacho (PT) também o pagamento do piso nacional. Percebe-se assim, que o descaso dos governantes não se resume só ao governo no Estado, mas também as prefeituras que desvalorizam os professores e a educação de conjunto.
Amanda Gurgel iniciou sua fala parabenizando os professores pela greve radicalizada que realizam, e que a ocupação da assembleia legislativa mostra a disposição de luta da categoria, servindo de exemplo para outros estados. “Esta greve entrará para a história do movimento brasileiro”, afirma Gurgel.

foto: Duda Carvalho
A professora lembrou que os professores de Natal-RN, do Piauí, Sergipe, Amapá e Santa Catarina também estão em greve pelo pagamento do piso e o cumprimento da Lei. “A situação dos professores da Bahia é semelhante aos dos professores de todo o Brasil e, em todo o país, os professores respondem com lutas para resgatar a nossa dignidade e conquistar melhores condições de trabalho”, destacou. Amanda reafirmou ainda a necessidade da luta conjunta pela garantia dos 10% do PIB para a educação pública Já como forma de melhorar as condições de trabalho e de remuneração da categoria. Amanda ainda abordou sobre a ausência da CNTE, que não tem sido responsável com a condução das mobilizações da categoria, e que deveria chamar mobilizações nacionais imediatamente para unificar as diversas lutas que estão ocorrendo Brasil a fora.

Após a fala de Amanda, ativistas da CSP-CONLUTAS, professores da UFBA, IFBA, e diversos professores em greve relataram a situação de descaso com a educação no país e sobre a necessidade de organizar a luta da categoria por uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Ao final da atividade, foi exibido um vídeo produzido no congresso da CSP-CONLUTA, no qual vários professores de diversos estados do país prestam solidariedade e mandam mensagens de apoio à luta dos professores do estado da Bahia.

Nota de apoio do PSTU à greve dos professores da rede estadual