ACM Neto: o que as pesquisas não dizem, a realidade nos conta

No “reino” do prefeito “Netinho” Salvador é vendida como a cidade do turismo, como diz o ditado popular, pra “inglês vêr”

Governador Rui Costa (PT): caviar para a classe média e os turistas, lata de sardinha para os trabalhadores

O governador do PT declara que é preciso criar linhas especiais para atender um setor da classe média que não se sente atraída pelo transporte coletivo de Salvador.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Manifestação exige anistia aos policiais que fizeram greve

Jean Montezuma



Nesta terça 28/02, as ruas de do centro da capital baiana foram tomadas pela Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (ASPRA) e pelos sindicatos e organizações que se mantém firmes na luta em defesa da heroica greve protagonizada pelos PM’s baianos.

A passeata de ontem partiu do Campo Grande e se dirigiu até a sede do comando da polícia militar que fica no bairro dos Aflitos no centro da capital. Cerca de 100 manifestantes estiveram presentes com suas faixas e palavras de ordem exigindo a libertação imediata dos presos políticos do governo Wagner e o encerramento dos processos que foram abertos contra os grevistas.

O PSTU esteve presente e reafirmou o seu apoio incondicional aos trabalhadores da policia baiana, denunciando também o governo Wagner e sua prática de criminalização dos movimentos sociais.

A greve da policia militar, em fevereiro, evidenciou de maneira dramática a crise da segurança pública que atravessa a Bahia e todo Brasil. No rastro da mobilização baiana vimos articulações em diversos estados e o estourar da greve da polícia carioca.

Na Bahia, a postura do governo Wagner durante o processo foi bem ao estilo Carlista. Como se não bastasse toda a intransigência, a recusa ao diálogo e a política de difamação e criminalização do movimento, agora, com a greve encerrada, o governador do PT orquestra mais um duro golpe aos lutadores. Após o término da greve já foram expedidos dezenas de mandatos de prisão e abertos 180 processos contra os envolvidos na greve. O governo do ex-sindicalista pretende exonerar da corporação os PM’s, homens e mulheres trabalhadoras, que não fizeram nada mais do que reivindicar condições dignas de trabalho.

Em outros momentos, os alvos do governador do PT foram categorias como os professores e os agentes de saúde, hoje são os PM’s. Por isso é necessário a mais ampla unidade dos movimentos sindical, estudantil, e popular, contra essa perseguição para que possamos impor uma derrotar a mais essa nefasta ação do governo.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Governador Wagner manda prender 12 policiais que participaram da greve em Itabuna e Ilhéus

 Adriana Oliveira e José Roberto da Silva– de Itabuna BA

Desde o começo da greve da PM no dia 31 de janeiro, o movimento grevista no sul do estado teve total adesão por parte dos policiais militares lotados na região. Os policiais do 15 º Batalhão de Itabuna do do 2º Batalhão de Ilhéus ficaram  aquartelados, e organizaram importantes mobilizações nas duas principais cidades do sul do estado. Diversas organizações como a CSP-CONLUTAS BA, a OAB, a ADUSC, o Coletivo Mobiliza da UESC, o SIMPI – Sindicato do Magistério Público de Itabuna, os sindicatos dirigidos pela CTB (comerciários, bancários, SINTRATEC), partidos como PSTU e PCB, além de entidades religiosas e representantes de outras categorias do funcionalismo público, fizeram no último dia 08 de fevereiro, um Ato Público da Praça Adami, centro da cidade, que reuniu centenas de pessoas em apoio a greve dos policiais militares da Bahia e denunciaram a intransigência e o autoritarismo do governo Wagner – PT.

Em Ilhéus também ocorreu um relevante Ato Público em frente ao Palácio Paranaguá com a participação de diversas entidades sindicais e representantes de algumas categorias profissionais.
Na greve de 2001 não houve adesão do 15º Batalhão de Itabuna. Porém, dessa vez, diante de uma cenário de arrogância da parte dos oficiais  e do governo que não aceitou negociar com os grevistas, os policiais decidiram pela completa paralisação.

No último dia 04 de fevereiro, no jogo entre Itabuna e Bahia pelo Campeonato Baiano, os policiais decidiram em Assembleia que não prestariam serviço de segurança para o jogo. Essa decisão fomentou a organização de uma passeata em direção ao Estádio Luís Viana Filho (Itabunão) para impedir que a Tropa de Choque – CIPE/Cacaueira pudesse ingressar no estádio para prestar  serviço. Os policiais entoando palavras de ordem e o hino da corporação fizeram barreira com dezenas de grevistas no portão de acesso, impedindo a entrada da CIPE. Mesmo após intensa negociação com o comando da polícia, nenhum militar da CIPE teve acesso ao interior do estádio e somente com a chegada da Força Nacional o jogo pode começar com atraso de 15 minutos. Os poucos soldados da força Nacional ficaram apenas no gramado para garantir o jogo. A Federação Baiana de Futebol de forma irresponsável manteve o jogo sem nenhuma condição de segurança para os
milhares de torcedores assistiram o jogo na arquibancada.

O PSTU e a CSP- Conlutas estiveram presentes neste Ato com uma faixa com a consigna: “Todo apoio à greve dos policias militares e bombeiros da Bahia”. Ao chegarem ao local do Ato foram recebidos entusiasticamente com aplausos, gritos e palavras de ordem pelos policiais que se manifestavam. Um dos PM's que registravam o Ato, gritava emocionado: “Isso é lindo, isso é lindo demais”. Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=k3-QRo041ko.

A professora da rede pública Adriana Oliveira, militante do PSTU e da CSP – Conlutas, enfaticamente destacou: “Boa tarde companheirada, trabalhadores fardados da Bahia! Nós, da CSP- Conlutas viemos aqui nessa tarde para manifestar nosso total apoio à greve da Policia Militar da Bahia. (…) se o caos está implantado na cidade e no estado a culpa não é da polícia é do governador que se recusa em negociar com os grevistas. (…) É preciso que o governador saia da televisão com o seu arsenal de mentiras, chamando os trabalhadores de 'vândalos' e sente para negociar (…). Eu sou professora, meus companheiros aqui são professores e estudantes, sabemos o que é sentir na pele o peso da intransigência e da arrogância dos governos em relação aos trabalhadores. Essa é uma mobilização histórica, vai servir de lição para o serviço público no Brasil inteiro”.
A fala da professora Adriana, foi seguida pelo discurso do professor da rede pública estadual José Roberto que denunciou a repressão do Governo Wagner e Dilma a todas as greves do funcionalismo público.

No sábado dia 11/02 após 12 dias de intensa repressão por parte do Governo e do comando da Pm os policiais deciram em assembleia pelo fim da greve em Itabuna. Após reunião de quatro representantes dos Policiais com o Comando da PM, os coronéis se comprometeram que não haveria nenhuma punição para qualquer policial grevista do 15º Batalhão.

Mentiras, Repressão e prisões arbitrárias
Apesar de não haver nenhum tipo de incidente durante a greve no sul do estado, o Governo de  Jaques Wagner iniciou uma brutal perseguição contra os Pms de Itabuna e de Ilhéus, causando enorme revolta na tropa. No dia 14/02 (terça-feira) 3 dias após o fim da greve, 12 os policiais militares de Itabuna e Ilhéus foram presos sob a acusação de vandalismo. Eles foram detidos por determinação do juiz da Justiça Militar Paulo Roberto Santos de Oliveira. Os mandados foram expedidos um dia antes do fim da greve e cumpridos no dia 14. De Itabuna foram presos José Januário Neto, José Roberto dos Santos, Márcia Batista de Oliveira, Renata Tereza Brandão Meireles e Valéria Rodrigues Morais Silva e Wadson Andrade. Os detidos em Ilhéus foram Fábio Alves de Oliveira, Flávio Rogério de Souza, Fábio Dourado, Jaílson Eça Brito, Robson Francisco Santana e Valquer Cerqueira. O comando de Policiamento da Região Sul de forma mentirosa e truculenta
justificou a prisão dizendo que os Pms cometeram uma série de crimes, inclusive uso indevido de armas.

Os PMs de Ilhéus  estão presos no Batalhão de Choque da Corporação, em Lauro de Freitas. A polícia ainda tenta prender uma das lideranças do movimento em Ilhéus, o soldado e estudante de direito da UESC Augusto Júnior, considerado foragido. Já os policiais de Itabuna estão detidos no 15º Batalhão da Polícia Militar.

Jaques Wagner disse que  prisão dos seis policiais militares do 15º BPM (Itabuna) se deve ao fato de todos eles terem permanecido no quartel “sem uniforme” e impedido a saída de viaturas. Na verdade, praticamente todos os policiais permaneceram sem farda durante o movimento dentro do quartel, no bairro Jaçanã. A decisão de reter as viaturas foi tomada coletivamente durante assembleia na noite da quinta (2/02) e não por decisão isolada dos seis policiais.Desta forma sob esta alegação o governador teria de prender todo o efetivo do Batalhão (excluindo os oficiais e o comandante por motivos óbvios).

As prisões destes policiais assim como a prisão de Prisco e de todas as lideranças dos PMs na Bahia revelam uma face ditatorial do Governo de Jaques Wagner do PT contra o movimento grevista destes servidores públicos. O clima é de muita revolta entre os Pms que se sentem traídos  e esmagados tanto pelo seu comando como pela própria promessa de Wagner de não punir os policiais que participaram “pacificamente” da greve. Hoje qualquer justificativa serve para prender os Pms de forma arbitrária, para intimidar os demais.

Está colocada para o conjunto dos movimentos e organizações sociais da Bahia e do Brasil, Partidos de esquerda a necessidade de uma campanha em defesa da libertação destes policiais baianos e dos companheiros Pms e bombeiros presos no Rio de Janeiro, pois esta ação brutal de repressão atinge o conjunto dos movimentos sociais e lutadores deste país. É necessário exigir anistia e fim a criminalização dos movimentos sociais.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

PSTU une denúncias à diversão no carnaval de Salvador

Partido participa do tradicional ‘Mudança do Garcia’ e não economiza nas críticas sociais


HENRIQUE SALDANHA, DE SALVADOR (BA)



Bloco do PSTU na 'Mudança do Garcia'

• O PSTU mais uma vez participou do tradicional bloco sem cordas “Mudança do Garcia” em Salvador. Formado por moradores do bairro do Garcia, movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos, o bloco é conhecido pela irreverência e pelos temas políticos levados ao circuito do carnaval.

A militância do PSTU esteve presente na mudança, formando um bloco que levou para as ruas da capital baiana muita alegria e muita luta. Vestidos com uma camisa que dizia “Desocupa João – Salvador para os Trabalhadores” o bloco denunciou o descaso do prefeito João Henrique(PMDB) com a cidade, engrossando as fileiras daqueles que pedem a saída do prefeito. 

O bloco ainda levou faixas e ‘pirulitos’ com denúncias contra o ataque do governador Wagner às greves de servidores e a repressão à greve da PM, assim como a denúncia à privatização dos aeroportos por Dilma e a cobrança para que a presidente desaproprie o Pinheirinho.



Uma Mudança diferente
Quem foi às ruas do carnaval nesta segunda-feira pôde notar uma diferença na tradicional ‘Mudança do Garcia’: um esvaziamento por parte principalmente pelo PT. Para não perder um futuro apoio do atual prefeito, a militância petista que compareceu à mudança se manteve em clima de festa, como se nada estivesse acontecendo na cidade, como se não houvesse mais protestos a se fazer na Mudança do Garcia.

Mais uma vez a militância do PSTU cumpriu um importante papel na cidade. Com muita alegria e descontração, levou às ruas as denúncias dos principais fatos do país, mostrando que se uma parte da esquerda se vendeu, nós seguiremos levantando as bandeiras históricas dos trabalhadores.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Declaração da Juventude do PSTU sobre a greve da PM/BA


Nas ultimas semanas os jovens e trabalhadores baianos acompanharam  com atenção e enorme interesse o desenvolvimento do movimento de greve da PM baiana. Muitos estão acostumados a ver noticías de greves de professores, bancários, rodoviários, e  outros trabalhadores.Infelizmente também é comum vermos governos como o de Wagner serem duros e inflexíveis frente as reivindicações  e utilizarem da repressão policial para derrota-los na base da violência.

A diferença é que na atual greve tratam-se de policiais militares que resolveram dar um basta ao descaso indo a greve como única forma de pressionar o governo a atender suas reivindicações.
Wagner não pensou duas vezes e tratou de criminalizar o movimento. Como dessa vez os trabalhadores em greve foram os policiais militares ele foi buscar o apoio da presidente Dilma que mandou pra cá o exército e força nacional para derrotar através da força o movimento dos PM’s.


Wagner e sua turma criminalizam os policiais em luta.

O governador Wagner assumiu uma conduta inflexível e autoritária que nos fez lembrar os sombrios anos do Carlismo. Em seus discursos, Wagner sempre buscou intimidar os manifestantes e não demonstrou nenhum interesse em negociar as suas pautas. O governador petista, um ex-sindicalista, responsabilizou os PM’s pelo caos que se instaurou  no estado , em especial Salvador , tentando com isso jogar a população contra o movimento e nos fazer acreditar que foi a greve da PM que inventou a sensação de insegurança e a violência na Bahia. Se a segurança pública baiana chegou ao caos em que se encontra hoje é por que o governo do PT  manteve a política dos tempos do Carlismo. Tanto o PT, como o PSDB/DEM pensam que segurança pública se faz com investimento em armamento e construção de penitenciárias.

Os aliados de Wagner no movimento social apressaram-se para defender o governo petista. A CUT, outrora identificada com as greves e as lutas, denunciou  a greve como um ato precipitado, uma ação inconseqüente de um setor minoritário da corporação e cobrou firmeza do governo no enfretamento com a greve.

O PT de Wagner também deu as costas para os grevistas chegando ao ponto de dizer que a greve foi uma ação orquestrada pela oposição para desestabilizar o governo em um ano eleitoral.Um verdadeiro absurdo!Este método da calúnia, da veiculação de mentiras através da mídia para desqualificar trabalhadores que lutam por seus direitos deve ser repudiado por todos , um partido que reproduz este tipo de conduta não merece nenhuma confiança.

Para completar o mosaico de lamentáveis posicionamentos a juventude do PT também nos brindou com a sua infeliz declaração. Em uma nota escabrosa a juventude petista faz uma envergonhada tentativa de isentar o governo Wagner da responsabilidade pela greve ao mesmo tempo em que reconhece que as condições de trabalho dos policiais militares não são as melhores. A juventude do PT quer nos fazer acreditar que Wagner está fazendo o possível pela segurança pública, que o governo zela pelo bem-estar dos policiais, e que neste momento ir a greve foi um ato de exagero dos PM’s da Bahia.

A juventude do PT teve a coragem de fazer um chamado para que os policiais sitiados na Assembléia legislativa entregassem suas armas e aceitassem as condições de negociação apontadas pelo governo. Foram completamente omissos frente ao cerco militar montado pelo exército e a força nacional no CAB, omissos também, frente aos atos de agressão contra familiares dos grevistas, os disparos de balas de borracha contra pessoas que apenas desejavam levar água e mantimentos para os policiais ocupados na ALBA. Para completar comemoraram entusiasticamente através das redes sociais a prisão dos líderes grevistas, a desocupação da assembleia, e a desmoralização dos grevistas feitas pela mídia, em especial a rede Globo. 

Isso mesmo, a rede Globo que no passado foi grande aliada da Ditadura contra os movimentos sociais, hoje prestou um grande serviço a Wagner e Dilma jogando a opinião pública contra a greve. Tudo isso acompanhado pelos eufóricos aplausos da juventude petista.  

O que a juventude do PT  deveria explicar  é como o mesmo governo que diz não ter condições de implementar já a GAP IV e V(reivindicações da greve)  tem gastado bilhões com as obras da copa, outros tantos milhões com propaganda  para vender pro Brasil e o mundo a imagem de uma Bahia que não existe?
Agora estão todos desesperados com a possibilidade do impasse causado pela greve prejudicar o carnaval, o mesmo carnaval que há muito tempo se tornou uma festa para empresário ganhar dinheiro enquanto o povo fica só olhando, de fora da corda é claro.

Triste a realidade da envelhecida juventude do PT. Jovens precocemente acostumados aos gabinetes, tão identificados com figuras como José Dirceu, Palocci e Berzoini, e tão distantes das lutas e dos interesses da juventude que dizem representar. 

O lugar da juventude é ao lado dos que sonham e lutam.

A juventude que carrega nos corações e mentes o desejo de mudança e da construção de uma nova sociedade mais justa e igualitária em nada pode se identificar com o autoritarismo de Wagner, a traição do PT, e o conformismo envelhecido da juventude petista.

A juventude do PSTU acredita que através da mobilização e da luta é possível mudar nossas vidas. Solidarizamos-nos com a luta dos diversos movimentos sociais, partilhamos e construímos lado a lado suas pautas e lutas.

Sentimos na pele por diversas vezes a violência da repressão as greves, passeatas, e manifestações. Na experiência do cotidiano das lutas, ou mesmo no dia a dia do jovem negro da periferia sabemos que a Instituição policial é o braço armado de um Estado que pertence há uma classe que nos oprime e explora.  Mas não podemos esquecer que dentro da Instituição policia militar existem trabalhadores, também explorados.  Aqui falamos dos policiais, não os confundimos com os comandantes da alta oficialidade, estes policiais que fizeram a greve são trabalhadores e tem direito de lutar por melhores condições de trabalho.

A juventude da Bahia, em especial aquela que mora nas periferias de cidades como Salvador, quer andar pelas ruas, pegar um ônibus, ir a escola ou ao trabalho sem temer pela própria vida. A juventude quer viver e ao invés de insegurança queremos cultura e condições dignas de vida. Os policiais militares foram a greve por que são trabalhadores precarizados, com péssimos salários, com péssimas condições de trabalho, dentro de uma arcaica estrutura militar que não lhes permitem ser agentes promotores da segurança.

A repressão a greve deve ser combatida com a solidariedade dos estudantes, professores, carteiros, operários, rodoviários, trabalhadores homens e mulheres que não se curvam frente à opressão e o autoritarismo. Os policiais militares precisam sentir esse apoio, precisam saber que enquanto os seus Oficiais e comandantes (os mesmos que tantas vezes já lhes deram ordem para reprimir greves) estão de braços dados com o governador negando a anistia aos presos políticos, arquitetando a sua condenação pelo simples fato de terem ido a luta por seus direitos,  os jovens e os trabalhadores estão ao seu lado.

A juventude trabalhadora, em especial os jovens negros e negras, cotidianamente vitimados pela repressão nos bairros da periferia de Salvador e das grandes cidades brasileiras não podem ter duvidas sobre de qual lado ficar diante da repressão e criminalização de trabalhadores. Precisamos se posicionar ao lado dos PM’s, exigindo que os presos políticos de Wagner sejam soltos e anistiados! É hora de cercar da mais ampla solidariedade os trabalhadores reprimidos, a juventude do PSTU entende que essa é uma bandeira que deve ser assumida por todo o movimento estudantil, pelos centros acadêmicos, grêmios, DCE’s, e também pelos jovens trabalhadores.

Pela liberação dos presos políticos do governo do PT!
Abaixo a criminalização e a repressão dos movimentos sociais!



Juventude do PSTU.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

11º dia de greve da Policia Militar da Bahia: Categoria dá demonstração de que seguirá lutando.

Henrique Saldanha, de Salvador (BA)




Hoje (10/02) a greve da PM da Bahia completa 11 dias e, diferente do discurso do governo e da mídia burguesa, a greve segue forte, mostrando que a categoria não está disposta a aceitar a intransigência do governo. Em assembléia realizada nesta tarde, com o ginásio do sindicato dos bancários lotado, as palavras de ordem seguiam forte “Ôoooo, a PM Parou, a PM Parou, a culpa é do governador....”. Mensagens de apoio chegavam de vários sindicatos e movimentos sociais, a CSP-CONLUTAS e o PSTU mais uma vez estiveram presentes na assembléia, prestando toda solidariedade aos PMs em greve.

O Governo mostra mais intransigência
Os trabalhadores em greve receberam por parte do governo Wagner mais um ato de intransigência, mostrando que este governo não esta do lado dos trabalhadores. O comandante da PM, coronel Alfredo Castro determinou hoje que os PMs retornassem ao trabalho: "A partir de hoje a ausência ao trabalho não vai ser mais vista como adesão ao movimento grevista. A ausência está sendo vista como uma falta ao serviço, que, se confirmada, será punida com o rigor da lei". Mais uma vez o governo tenta passar por cima da autonomia e do direito de organização dos trabalhadores, usando de ameaça de corte de ponto e de intimidação para tentar enfraquecer o movimento.

A greve continua, Governo a culpa e sua!
Em mais uma demonstração de intransigência e desrespeito aos trabalhadores em greve, o Deputado Sargento Isidório (PSB) da base do governo, antigo dirigente de movimento grevista da PM e com bastante referência na categoria, tentou usar sua referência para propor aos trabalhadores que terminassem o movimento, que voltassem ao trabalho, que os PMs mostrassem ao governo que estão dispostos a dialogar. A resposta do movimento foi rápida e muito forte, logo se espalhou por todo o ginásio o canto em alto e bom som: “Ôoooo, a PM Parou, a PM Parou, a culpa é do governador....”. É desta forma que as votações estão sendo terminadas, com os trabalhadores mostrando ao governo que depois de ter diminuído pela metade sua pauta de negociações, o destino da greve está nas mãos do governo: Ou o governo recua, ou a greve continua!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Apesar das prisões, greve da PM continua


Governo Wagner mantém intransigência e recusa proposta de negociação do movimento

 foto de celular

Uma assembleia com mais de 1000 policiais militares, em Salvador, decidiu no início da noite desta quinta-feira pela continuidade da greve. A decisão foi tomada após mais uma tentativa de negociação com o governo.
O Governador manteve-se intransigente e não aceitou a proposta do movimento de pagamento das Gratificações de Atividade Policial (GAP) IV e V em março de 2012 e março de 2013, respectivamente, bem como a revogação das prisões políticas de lideranças da greve e reintegração de Marco Prisco à Polícia Militar, exonerado após a greve histórica de 2001.
A contraproposta do governo foi de escalonamento das gratificações a perder de vista, e sem garantia de liberdade aos presos políticos. Por unanimidade, os PMs rejeitaram a proposta do governo e mantiveram a greve por tempo indeterminado.

“A desocupação não nos derrotou. A PM parou e a culpa é do governador”

Na madrugada de hoje, os grevistas que ocupavam a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), desde o dia 31 de janeiro, deixaram o prédio. Marco Prisco, líder do movimento, foi preso ao deixar a Assembleia.
A decisão de desocupação foi tomada, segundo os grevistas, para evitar um banho de sangue. As justificativas forjadas para o Exército invadir a ALBA e reprimir os manifestantes foram anunciadas pelo Jornal Nacional na noite de quarta-feira. No horário nobre, os grevistas foram chamados de vândalos, tiveram suas conversas telefônicas grampeadas e publicizadas, e ações de greve, como parar a BR e articular um movimento nacional, anunciadas como atividades criminosas.
Digna de um espetáculo que remonta a televisão brasileira na época da ditadura militar, a matéria da Globo foi o que o governo Dilma, à frente do exército, precisava para dar a ordem final. O banho de sangue na ALBA foi evitado, mas não pelo governo. A estratégia de enfraquecer a greve e criminalizar os grevistas, no entanto, continua.
A resposta do movimento foi rápida. “A desocupação não nos derrotou. A campanha da mídia contra a greve não irá nos vencer. A PM parou e a culpa é do governador”, declara um dos policiais durante a assembleia. Com a possível adesão de paralisações em outros estados, como Rio de Janeiro e Alagoas, o movimento pode se fortalecer ainda mais.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

É hora da GREVE GERAL da polícia para derrotar a intransigência de Wagner!



Nos últimos dias o pânico tomou conta da Bahia. Mesmo com a paralisação apenas parcial da PM as ruas do centro de Salvador ficaram desertas, lojas foram saqueadas e correram inúmeros boatos de arrastões e assaltos. Segundo o Sindicato dos Lojistas da Bahia, o prejuízo nas vendas chega a 80%. Grupos de extermínio atuaram com liberdade e mais de 60 homicídios foram registrados em Salvador e região metropolitana. A sensação de medo e insegurança, amplificada pela grande imprensa, tem feito parte do cotidiano dos trabalhadores no estado. 

De quem é a culpa?
O governo do PT tenta pôr a culpa pelo caos nos policiais em greve. O objetivo é bem claro, colocar a sociedade contra o movimento e para isso a imprensa tem sido uma grande aliada.  O caos na segurança publica é de responsabilidade única do governo Wagner. Os policiais lutam pela melhoria nas suas condições de trabalho e exigem do governador do PT, a reintegração dos demitidos políticos que foram expulsos da PM depois da histórica greve de 2001, a incorporação de gratificações, o pagamento de um adicional de periculosidade, reajuste linear de 17,28% retroativo a abril de 2007 e a revisão no valor do auxílio alimentação.

Governo Wagner: “VICIADO EM REPRIMIR GREVES”
Todos os baianos esperávamos atentos o discurso do governador Jaques Wagner na noite de ontem, 03 de fevereiro. Mas o que vimos foi uma grande decepção, o governador, como nos mais terríveis anos do período carlista buscou criminalizar os policiais acusando-os de delinqüentes. O que vimos no discurso do governador foi arrogância, prepotência, intransigência e uma grande irresponsabilidade da parte do governo do estado.

Segundo Wagner,“A democracia é o império da lei. Não podemos conviver com esse movimento já considerado ilegal pela Justiça baiana, além dos 12 mandados de prisão que já foram emitidos.(...)
Agimos imediatamente, e com todo rigor, para conter as ações de um grupo de policiais que, usando métodos condenáveis e difundindo o medo na população, chegou a causar desordem em alguns pontos do nosso estado”. Afirmou o governador. Esse foi o método utilizado pelos governos carlistas para reprimir e criminalizar os setores sociais em luta.

Assim, como em outros momentos de seu governo, Wagner, um ex –sindicalista, tem adotado a estratégia de criminalizar os movimentos e usar a força da repressão para “manter a ordem”. Foi assim com a greve da APLB (Sindicatos dos professores do estado da Bahia) em 2007 quando os professores tiveram ponto cortado, o sindicato multado e seus dirigentes ameaçados de prisão. Foi assim em 2011 com a greve dos professores das universidades estaduais, onde o governo se recusou por meses a negociar. Está sendo assim novamente no movimento dos PMs. O Batalhão de Choque foi chamado a reprimir os policiais que estavam acampados na Assembléia Legislativa, mas se recusou. Com a chegada do exército e da Força Nacional, o governo continua a pressão sob os grevistas e seguem as ameaças de repressão.

Exigimos da Presidenta Dilma a retirada da Força Nacional e a intermediação nas negociações

Em nenhum momento, em seus pronunciamentos e nas suas ações o governo demonstra disposição para resolver a greve, e acatar as justas demandas dos policiais. Em nenhum momento o governador acena com uma negociação séria das pautas da greve. A sua única preocupação é criminalizar o movimento e derrotar a greve com a substituição dos grevistas por militares do exército e da Força Nacional. Um contingente de 2.950 militares está sendo deslocado para o estado.

Com este operativo, o governo visa não a segurança do povo pobre, mas garantir a segurança para os milionários negócios da burguesia comercial e da grande indústria do turismo e do entretenimento no verão. A declaração do Tenente-comandante Cunha, oficial de comunicação da Região Militar deixa isto bastante claro:"Tem uma tropa da Brigada Paraquedista do Rio de Janeiro, com experiência no combate no Haiti e Complexo do Alemão. Eles vão atuar na orla, no trecho compreendido entre a Barra e a Pituba. (...) Os oficiais de Aracaju vão atuar na região do Comércio e Sete Portas, a equipe do 2° Distrito Naval ficará responsável pela área de portos; e a Força de Segurança Nacional próxima ao aeroporto", relata. A presença da Força Nacional vai significar um aumento da repressao  e violência, um banho de sangue pode acontecer.

Fortalecer o apoio e a solidariedade aos policiais em greve
Neste sentido, é muito importante que os trabalhadores e suas organizações cerquem de solidariedade os PMs em greve, fazendo o governo recuar em sua intransigência e repressão. Seis associações da PM já emitiram nota repudiando a postura do governo e o responsabilizando por qualquer incidente decorrente desta posição. É preciso que estas associações avancem para uma greve geral unificada de toda a polícia.

Do mesmo modo, as centrais sindicais e sindicatos devem apoiar a mobilização. Sindicatos de ramos nos quais os trabalhadores não têm tido sua segurança garantida como comerciários, bancários e rodoviários, dirigidos pela CUT e CTB devem exigir condições de trabalho e, se preciso, paralisar as atividades. Desta forma, com o apoio dos trabalhadores de diversas categorias será possível dobrar o governo Wagner e obrigá-lo a negociar uma solução que favoreça os trabalhadores.

Infelizmente, até agora a postura da CUT e do PT têm sido de apoio ao governo. Em suas notas essas organizações corroboram com a posição do governo e defendem o desembarque de mais tropas do exército e força nacional, ressaltam a responsabilidade dos grevistas pelo caos e em nenhum momento saem em defesa da abertura de novas negociações entre o governo e o movimento. Os militantes honestos do PT, que em 2001 estiveram ao lado dos policiais em greve devem repudiar a postura de seus dirigentes e do governo e apoiar a justa luta dos policiais militares.

O PSTU apóia a mobilização dos policiais militares e denuncia a atitude do governador.
Defendemos a abertura imediata das negociações e que toda ameaça de repressão ao movimento seja combatida. Não podemos aceitar que o governo do PT se utilize dos métodos típicos da ditadura colocando tropas do exército para reprimir uma manifestação legítima, pois o que está em jogo é uma série de reivindicações e demandas que devem ser ouvidas e atendidas pelo governo. Por isso defendemos:

Todo apoio e solidariedade a greve dos policiais
Por uma greve geral unificada de todas as associações de policiais
Pelo imediato atendimento de suas reivindicações
Pelo direito à greve e sindicalização dos policiais militares e bombeiros
Pela anistia aos demitidos políticos na greve de 2001
Nenhuma punição aos policiais em greve
Exigimos da Presidenta Dilma a retirada da Força Nacional e intermediação nas negociações


                                                  Direção Estadual do PSTU

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Todo apoio à greve dos policiais militares e bombeiros da Bahia! Nenhuma punição aos manifestantes!


O PSTU vem a publico expressar seu apoio e solidariedade às mobilizações dos policiais militares e bombeiros da Bahia. No dia 31 de janeiro (Terça feira), cansados da intransigência do governo Wagner, os policiais militares e bombeiros, entraram em estado de greve. A assembléia foi organizada pela ASPRA (Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado) e ocorreu no ginásio do sindicato dos bancários. Depois de terminada a assembléia, os policiais ocuparam o prédio da Assembléia Legislativa da Bahia e esperam uma reunião com o governador.

Os policiais exigem do governador do PT, a reintegração dos demitidos políticos que foram expulsos da PM depois da histórica greve de 2001, a incorporação de gratificações, o pagamento de um adicional de periculosidade, reajuste linear de 17,28% retroativo a abril de 2007 e a revisão no valor do auxílio alimentação.

Com o objetivo de desprestigiar o movimento, o aliado do governador e presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo afirmou que, “Os militares não podem fazer greve. Militares são os que dão segurança pública à sociedade. É precipitada, com minoria absoluta, apenas um grupo de várias associações. A informação que eu tenho é que é menos de 2% dos militares". Mas essa não é a verdade, a luta dos policiais vem ganhando a adesão e o apoio de outras associações e policiais. Hoje (01-02-2012), os manifestantes voltaram a organizar uma mobilização, bloqueando a via de acesso ao Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.

Governador Wagner, atenda as reivindicações dos policiais, já!

A última grande greve dos policiais baianos aconteceu no ano 2001 e se enfrentou ao governo de Paulo Souto. A greve de 2001 foi duramente reprimida pelo governo do estado com o apoio do governo federal. Nessa luta vários policiais foram perseguidos e demitidos. Para que essa história não se repita é necessário que a mobilização se fortaleça em todo o estado. As entidades sindicais como a CUT, a CTB devem se solidarizar com os policiais e exigir do governo Wagner que nenhum manifestante seja punido.

Há anos policiais e bombeiros vêm tentando, sem sucesso, negociar com o governador do Estado, mas infelizmente o governo do PT não é muito diferente da turma do antigo PFL, atual DEM. Wagner, assim como os antigos governadores carlistas, governa para os interesses das grandes multinacionais instaladas na Bahia, para o agronegocio e as grandes construtoras e não para os trabalhadores.

Os Policiais Militares da Bahia devem seguir os exemplos das mobilizações que foram protagonizadas por seus colegas do Rio de Janeiro, Maranhão, Rondônia e Ceara, no ano 2011. Só a mobilização poderá dobrar a arrogância de Jaques Wagner. A luta dos outros servidores do estado contra as alterações no Planserv demonstrou que não se pode confiar nesse governo e a categoria deve estar atenta a perseguições e punições.

Nesse momento toda solidariedade para divulgar o processo de mobilização dos militares é importante. O PSTU faz um chamado a todos os ativistas sindicais, estudantis e do movimento popular, assim como toda esquerda socialista a solidarizar-se com as manifestações dos policiais. Só a mobilização e a solidariedade da classe trabalhadora poderá garantir a vitoria dos policiais e bombeiros.

Todo apoio e solidariedade à mobilização dos policiais
Pelo imediato atendimento de suas reivindicações
Pelo direito à greve e sindicalização dos policiais militares e bombeiros
Pela anistia aos demitidos políticos na greve de 2001



                                   Direção Estadual do PSTU, 01 de fevereiro de 2012