ACM Neto: o que as pesquisas não dizem, a realidade nos conta

No “reino” do prefeito “Netinho” Salvador é vendida como a cidade do turismo, como diz o ditado popular, pra “inglês vêr”

Governador Rui Costa (PT): caviar para a classe média e os turistas, lata de sardinha para os trabalhadores

O governador do PT declara que é preciso criar linhas especiais para atender um setor da classe média que não se sente atraída pelo transporte coletivo de Salvador.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

PETROBRAS - A verdade sobre o que acontece na maior Empresa brasileira.



Dalton Francisco dos Santos,
Petroleiro e Militante do PSTU.

Barreiras (BA),

A política estratégica dos governos neoliberais é a de aumentar o lucro dos banqueiros e beneficiar as grandes empresas da iniciativa privada. E a Petrobras foi escolhida para ser o boi-de-piranhas. A primeira etapa da estratégia é endividar a Petrobras, quebrando-a por completo. A segunda é depená-la.

Descoberto o pré sal em 2007, o governo federal exige o cumprimento de metas da Petrobras para garantir a auto-suficiência do país. Para isso, o programa de investimento da Petrobras passa a somar US$ 236,7 bilhões. O que representa uma média de US$ 47,3 bilhões por ano. Isso significa obrigar a Petrobras a pegar o total de 236,7 bilhões de dólares emprestados dos bancos internacionais.

Da mesma maneira que os juros fazem crescer a dívida pública do Brasil, acontece com a dívida da Petrobras.  Os juros pagos pela Petrobras é de 5 bilhões de dólares por ano. Em 2008, a dívida da Petrobras não chegava a 50 bilhões de reais. Hoje, a dívida da Petrobras é de 280 bilhões de reais. Até o final do ano será de 344 bilhões de reais, segundo o banco Credit Suisse. Só de juros, a Petrobras tem que pagar 63 bilhões de reais aos banqueiros, até 2016. E o processo de endividamento da Petrobras mal começou. Logo, o rendimento da venda dos ativos da Petrobras é insuficiente para pagar os bilhões de dólares tomados emprestados dos banqueiros internacionais.

As empreiteiras, comandadas por grandes empresários da iniciativa privada, também foram instrumentos importantes, usados na estratégia de quebra da Petrobras. Pois, a terceirização, controlada pelas empreiteiras, abre caminhos aplainados pela corrupção, suborno e propina nos intramuros da Petrobras. Contravenção que nem mesmo a mais eficiente e honrada fiscalização é capaz de eliminá-la. Negócio lucrativo para os exploradores de mão-de-obra e saqueadores de riquezas, envolvidos e comprometidos com a trama dos empresários da iniciativa privada.

A previsão do aumento da capacidade de refino da Petrobras teria sido de 1 milhão e 365 mil barris de petróleo por dia. Abreu e Lima (230 mil bpd), Comperj – Comperj I (165 mil bpd) e Comperj II (300 mil bpd) e Premium – Premium I (300 mil bpd) e Premium II (600 mil bpd).

Para as obras de construção de refinarias da Petrobras no Brasil foram disponibilizados US$ 64,8 bilhões, subtraídos dos US$ 236,7 bilhões. Quantia que daria para construir, no mínimo, sete refinarias do padrão Abreu e Lima. Superfaturaram as obras de Abreu e Lima, garantindo elevada lucratividade ilícita para as empreiteiras. O custo real de construção de uma refinaria com capacidade de refino de 230 mil bpd, mundialmente constatado, é US$ 8 bilhões. O superfaturamento de Abreu e Lima foi de 131,25%. Superfaturaram também em 394% as obras de construção do Comperj I cujo custo real deveria ser de US$ 4,4 bilhões.

O reflexo desse assalto, realizado pela iniciativa privada, foi o imediato cancelamento da construção das refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará. Então, não é à-toa que o Brasil vai continuar dependente das importações de derivados de petróleo, enquanto cresce seu consumo interno. O resultado é a destruição do potencial para eficiência energética no futuro do Brasil.

Petrobras quebrada, a segunda etapa da estratégia dos banqueiros e empresários da iniciativa privada é a de depenar a Petrobras. Sobra para a Petrobras aquilo que não dá lucro, e não interessa aos empresários da iniciativa privada, a exploração de petróleo. Fica para a Petrobras a responsabilidade da perfuração de poços exploratórios cujo custo individual é de mais de US$ 130 milhões. Isso é o significado de “fazer menos e melhor”. É assim que os banqueiros e empresários da iniciativa privada irão se apropriar da maior das riquezas pública, produzida pelos trabalhadores.

PT e CUT foram crias das mobilizações e lutas dos trabalhadores contra a ditadura militar. Hoje, outra conjuntura da realidade impede PT e CUT de poderem intervir com eficácia na luta dos trabalhadores.

A política estratégica de governos neoliberais é aumentar o lucro dos banqueiros e beneficiar as grandes empresas da iniciativa privada. Os três governos petistas não contrariaram essa lógica capitalista cujo único objetivo é a exploração dos trabalhadores, o saque e o lucro.

Infelizmente, a imensa maioria dos sindicatos dos petroleiros continua sob o controle político da CUT e do PT. Adaptados ao capitalismo, PT e CUT viraram as costas para os trabalhadores. Consequentemente, centenas de milhares de trabalhadores terceirizados sofrem duras penas nos intramuros da Petrobras. O cotidiano destes trabalhadores é a submissão ao assédio moral, precarização social e trabalhista e calotes.

Essa reviravolta ideológica do PT e da CUT só tem a ver com o projeto de privatização da Petrobras. Não são poucos os indícios apontando que o PT há muito tempo está comprometido com tal projeto.

Quebrado o monopólio estatal do petróleo pelo governo tucano (FHC), o processo de terceirização na Petrobras passa a ser gradativo e constante. De lá pra cá já foram dois governos tucanos e três governos petistas.

A estratégia de intensificação da contratação terceirizada, usada pela política de RH da Petrobras, foi estabelecida pelo governo petista. Durante os três governos petistas, a CUT teve pleno acordo com a política deste governo de aliança com o grande capital. A CUT cumpriu com eficiência seu papel desmobilizador das lutas dos trabalhadores. O que significa apoio amplo e irrestrito aos ataques do governo petista sobre os trabalhadores, de modo geral.

Foi a partir do inicio do governo petista que o número de terceirizados triplica em relação aos trabalhadores efetivos da Petrobras. É quando cresce o favorecimento do governo petista às empreiteiras envolvidas hoje na operação lava jato da Petrobras. A relação já é de mais de cinco indiretos para cada trabalhador direto da Petrobras.

Mantida numa progressão rápida e direta a terceirização, os neoliberais acham que a privatização da Petrobras já é uma tendência absolutamente real.

As precisões da Petrobras são atendidas precariamente com um total de 86.108 trabalhadores diretos. A Petrobras tem completado sua carência de mão-de-obra com trabalhadores terceirizados que têm suas carteiras de trabalho assinadas pelas empreiteiras. Somente substituindo 8.298 diretos por trabalhadores terceirizados, o previsto é uma redução de custo de R$ 13 bilhões até 2018 na Petrobras. Não somente do que tira dos trabalhadores, mas igualmente a corrupção, suborno e propina são essenciais à sobrevivência da terceirização.

É nesta pocilga onde refocilam os porcos neoliberais que os trabalhadores terceirizados são tratados como se peças descartáveis fossem. Um verdadeiro governo dos trabalhadores adotaria um caminho totalmente diferente. Em primeiro lugar, retomaria o monopólio estatal da exploração do petróleo e do Pré-sal; acabaria com o processo de privatização Da Petrobras, especialmente via os leilões das reservas, garantindo uma empresa 100% estatal e sob o controle dos trabalhadores, acabando com a terceirização e impedindo a verdadeira farra das empreiteiras.

Só com medidas como estas, poderemos voltar a dizer em alto e bom som: O Petróleo é nosso!

sexta-feira, 22 de maio de 2015

A crise nas Universidades federais e o “conto” da Pátria Educadora.

Gabriela Mota,
de Salvador.
 
7 bilhões de reais, esse é o valor do corte no orçamento da educação que foi efetuado pelo decreto presidencial n.8389 de janeiro deste ano. O slogam “Pátria educadora” foi arremessado na lata do lixo pela própria presidente Dilma e os efeitos desse grave ataque já estão sendo sentidos nos quatro cantos do Brasil.
Um corte de tamanha magnitude, 600 milhões de reais por mês segundo dados do próprio governo, gera graves consequências em todo o sistema educacional. Na rede básica por exemplo, houve diminuição da verba do FUNDEB e os governos estaduais seguiram a cartilha de Dilma operando grandes cortes. A resposta dos professores e estudantes tem sido greves importantes como no Paraná, em São Paulo, Paraíba, Goiânia, Macapá, e a greve das 4 Universidades estaduais da Bahia.
Nas IFES, o semestre letivo começou com grande apreensão entre estudantes, professores e servidores. Nas Universidades o corte do governo federal significou uma séria restrição orçamentária, ao todo foram cortados R$586 milhões e muitas Universidades tem funcionado com até 50% a menos de suas verbas de custeio. Na prática, para citar apenas alguns exemplos, isso significa atraso no pagamento de contas como energia, água e serviço de limpeza que resultam em falta de água nos bebedouros, banheiros sujos e inutilizáveis, fechamento de laboratórios, piora na iluminação que causa aumento da insegurança nos campis em especial para as mulheres.
A crise na UFBA.
A UFBA é um exemplo fiel dessa realidade de crise. O contingenciamento de verba mensal chega a 40% da receita e para piorar a situação, a Universidade encerrou o ano de 2014 com um déficit orçamentário de R$28 milhões. A maior fatia isolada desse déficit, R$5,5 milhões, tem como fonte a falta de recursos que deveriam ser destinados para conclusão de obras de reformas e construção de prédios novos.
A não conclusão dessas obras é só uma das contradições do processo de expansão via REUNI  que a Universidade vem atravessando nos últimos anos. Essa contradição também se reflete no limitado número de bolsas de assistência estudantil, falta de vagas na creche e nas residências universitárias, problemas com as bibliotecas e o restaurante universitário. Com o corte de verbas essa situação poderá se agravar ainda mais.
Em março a reitoria anunciou medidas que visavam a diminuição dos gastos com custeio, entre elas a redução da utilização de aparelhos de ar-condicionado, racionalização dos gastos com água, telefone, energia, materiais de escritório e a mais grave de todas, a demissão de 25% do quadro de funcionários terceirizados.
As consequências do corte e das medidas adotadas pela reitoria logo foram sentidas e isso gerou um clima de insatisfação crescente que se espalhou por todos os departamentos. Agora, o reitor João Carlos Sales resolveu adotar uma nova postura. Ao invés de apenas gerenciar a crise e operar medidas de controle de gastos que levarão a UFBA ao estrangulamento, o reitor, ao que parece, decidiu comprar o debate político e cobrar do governo federal, responsável pelo corte de verba, uma saída para essa situação.
Por iniciativa da reitoria foi convocado para o dia 25 de maio um “Ato público em defesa da educação e da Universidade pública”. O evento que ocorrerá no salão nobre da reitoria é um chamado para que estudantes, professores, servidores e também movimentos sociais e partidos políticos se somem na crítica ao ajuste fiscal do governo e exijam a suspensão dos cortes de verbas para as Universidades.
Em entrevista coletiva concedida na última quarta, na qual buscou apresentar aos jornalistas a atual conjuntura que enfrenta a UFBA e explicar o objetivo do ato público de segunda, o reitor disse: “Nossa situação está mais do que estrangulada (...)Estamos enfrentando situação de contingenciamento, que afeta manutenção dos nossos serviços, pagamento de fornecedores. Claro, uma situação bastante indesejada. Neste sentido, nós temos que nos mobilizar. Como organismo vivo, a UFBA reage como pode. Reage com argumentos, com reflexão e com luta”
A saída é lutar!
Nesse ponto concordamos com o reitor. A saída para a crise que enfrenta a UFBA e demais Universidades não são medidas administrativas. É preciso uma resposta política, é preciso lutar. No segundo turno das eleições e no seu discurso de posse Dilma prometeu que a educação seria prioridade do seu governo. Com isso deu falsas esperanças de mudança para milhões de jovens e trabalhadores. Acontece que o pacotaço de cortes, que teve a educação como principal alvo, junto com as MP’s 664 e 665, e o tarifaço, vieram para mostrar  que o governo petista fez uma opção clara por preservar os privilégios de banqueiros e empresários em detrimento dos direitos e dos sonhos de jovens e trabalhadores. O congresso que aprovou a PL4330 da terceirização, comandado por Eduardo Cunha e Renan Calheiros, também não é aliado e não merece nenhuma confiança.
Só será possível derrotar o ajuste fiscal e, de modo particular, o corte de verbas que atinge as Universidades, através da luta. Na próxima quinta-feira, dia 28, as professores e professores da UFBA tem assembleia marcada e na pauta de discussão a possibilidade de greve. No momento está colocada a possibilidade de uma nova greve nacional das Universidades federais que tem potencial para ser ainda mais forte e radicalizada que a grande greve de 2012.
 É preciso exigir de Dilma a imediata suspensão do corte de verbas, o dinheiro da educação pública não pode continuar indo parar no bolso de empresários e banqueiros. No entanto, por ser o corte na educação uma parte de um ataque global através do ajuste fiscal, é preciso unir forças com o conjunto da classe trabalhadora e construir um campo de luta independente dos governos, dos empresários, da oposição de direita e, lutar pela derrota de todas as medidas que compõe o ajuste fiscal. O PSTU se fará presente no ato de segunda-feira. Vamos defender a necessidade de articular iniciativas como o ato de segunda com outras universidades e fortalecer um movimento nacional contra a crise das universidades federais. Como parte do calendário de luta, defenderemos também que a comunidade da UFBA se some a construção do dia nacional de luta e paralisações contra o ajuste fiscal, as MP’s 664 e 665 e o PL4330 que ocorrerá na próxima sexta dia 29/05.


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Salvador, campeã nacional do desemprego.


André Freire,
de Salvador.

A Região Metropolitana de Salvador (BA) tem a maior taxa de desemprego do país. A conclusão é do próprio IBGE, através de sua Pesquisa Mensal de Emprego (PME). No mês passado, o desemprego atingiu 11,3%, bem acima da média das seis maiores regiões metropolitanas brasileiras, que ficou em 6,4%.

Este re
sultado representa um crescimento significativo na média de desemprego na Região Metropolitana da Capital baiana, que em abril do ano passado atingia 9,1%. Uma das grandes explicações para esta situação preocupante é a verdadeira queda livre na produção industrial baiana.
Também segundo o IBGE (Pesquisa Industrial Mensal - PIM), em fevereiro de 2015, a produção industrial baiana teve um desempenho negativo nada mais nada menos de 23,2%, se comparada ao mesmo mês em 2014. 

No acumulado dos últimos 12 meses a queda na produção industrial chega a 4,9%. Um dos setores que mais contribuiu para esse resultado negativo foi o de Petróleo e Biocombustíveis, na esteira da crise de investimentos da Petrobrás, onde assistimos um grande número de absurdas demissões nas empreiteiras que prestam serviços para a Empresa. 

Toda essa situação torna ainda mais criminoso o Ajuste Fiscal de Dilma (PT) e Levy, com as suas famigeradas Medidas Provisórias (MP´s) 664 e 665, que entre outras medidas dificulta o acesso dos trabalhadores ao seguro desemprego.

A Câmara de Deputados já aprovou as MP´s, semana que vem está prevista a votação no Senado Federal. Mais do que nunca é necessário preparar um grande dia nacional de lutas e paralisações no dia 29 de maio, que derrote essas duas MPs, o Projeto de Lei que amplia a terceirização do trabalho e o Ajuste Fiscal de conjunto.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Os rodoviários não devem temer a greve, quem deve temê-la são os patrões!

Jean Montezuma,
de Salvador.
Desde que as negociações em torno a campanha salarial dos rodoviários começaram o SETPS(sindicato patronal) não cedeu um milímetro. A postura dos patrões, arrogante e inflexível, foi bem típica desse setor que há anos lucra com a exploração do transporte público na cidade e em contrapartida oferece um serviço de péssima qualidade.

 Não estão nenhum pouco preocupados com o serviço prestado, não ligam para possibilidade da greve e se a população ficará ou não sem ônibus, a única coisa com que o SETPS se preocupa é com os lucros. Estão determinados a manter a mesma fórmula que há decadas tem lhes garantido fortuna, ou seja, a combinação de baixos salários aos rodoviários, péssimo serviço prestado e alta tarifa cobrada. Nunca é demais lembrar que a tarifa de Salvador é uma das mais caras do Brasil e a mais cara do norte/nordeste.


Já a diretoria do SINTROBA, conduzida há anos pelo mesmo grupo político ligado a Articulação sindical, foi aceitando a redução de íten após íten da pauta. Eram 24, passou para 14 e depois para 10. Quantos mais se negocia, mas a diretoria recua e a categoria perde.  Agora, tudo que o Ministério do Trabalho e Emprego oferece para o consenso entre as partes é o aumento salarial de 10% que na prática significa apenas 1,6% de ganho real.

Não da pra continuar apostando unicamente nas mesas de negociação, é preciso mostrar a força que tem a categoria nas ruas, forçar os dirigentes do SETPS a descerem do pedestal e baixarem um pouco a bola. Mas, ao invés de se apoiar na categoria, num momento tão decisivo a diretoria do SINTROBA postou nas redes sociais um vídeo que é um balde de água fria para os rodoviários e rodoviárias que querem lutar por melhores salários, mais direitos e condições dignas de trabalho.

No vídeo citado,  o presidente Hélio Ferreira defende a proposta do MTE, minimiza os demais ítens que a diretoria abriu mão e, mesmo reconhecendo que os patrões ainda não decidiram se aceitarão ou não proposta, defende que será melhor para categoria aceitar a proposta e recuar da greve pois, numa avaliação jurídica, o mais provavel é que o resultado do julgamento do dissídio coletivo seria pior.

A diretoria do SINTROBA, ao invés de apostar na força da categoria, decidiu lançar dúvidas nos trabalhadores, atuando conscientemente para fazer com que duvidem de suas forças. Tudo isso baseado numa avaliação jurídica feita a priori, ignorando a força da ação direta como uma fator que pode fazer a diferença a favor dos trabalhadores. Ao invés de preparar a categoria para uma greve, que se vier, será muito dura, prefere relembrar derrotas do passado e fazer terrorismo. Nunca é demais lembrar que derrotas como a de 2006, citada no vídeo, foi de responsabilidade do mesmo grupo político que se mantém até hoje na direção do sindicato e não da categoria como diz o presidente Hélio Ferreira.

A direção do SINTROBA deveria envergonhar-se dessa postura e os rodoviários e rodoviárias da base devem na assembleia mostrar ao seu sindicato a força que a categoria possui. Não é a hora de abaixar a cabeça, é hora de arregaçar as mangas e dobrar na luta a intransigência dos patrões.

Os rodoviários não devem temer a greve como diz a diretoria, quem deve temê-la são os patrões! Eles que não oferecem as condições mínimas para prestação de um serviço de qualidade para a população de Salvador, são eles que pagam péssimos salários, retiram  direitos e lucram as custa do suor dos trabalhadores.
Todo apoio a luta dos rodoviários e rodoviárias!
Aumento real dos salários e melhores condições de trabalho!
Abaixo o SETPS! Transporte é um direito, fim da privatização e criação de uma empresa municipal de transportes!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Prefeitura e governo do Estado investiram apenas 4% dos recursos voltados para contenção de encostas.


Jean Montezuma,
de Salvador.

Mais uma vez a chuva caiu forte em Salvador e região metropolitana. Nas últimas 24 horas, segundo o INEMA, o índice de precipitação foi bem elevado em Salvador com marcas de 99,9mm em Águas Claras, 86,9mm na região do Alto do Peru, chegando a 108,1mm em Pirajá. Já em Lauro de Freitas e Candeias choveu 82mm. Esse ano a temporada de chuvas, período de março a junho, veio mais forte e a previsão para o final de semana é de mais chuva em toda a RMS.

Toda vez que a chuva cai o drama maior na cidade tem raça, classe e endereço. As mais de 600 áreas de risco mapeadas somente na capital localizam-se em sua esmagadora maioria na periferia, em regiões como o subúrbio ferroviário ou os bairros de São Caetano e região. São negras as 19 novas vítimas fatais soterradas nos deslizamentos, são famílias negras trabalhadoras que perderam suas casas ou, as que ainda se mantém nelas mesmo sob condições de risco pelo simples fato de não ter para onde ir. É negro o drama vivido nas madrugadas chuvosas como a que tivemos ontem.

Essa terrível situação poderia ser superada se houvesse da parte da prefeitura e do governo do Estado vontade política de resolver o problema. O jornal Folha de São Paulo denunciou em seu site que só no período entre 2007 e 2015 R$2,3 bilhões foram disponibilizados pelo ministério das cidades para obras voltadas para contenção de encostas e prevenção de deslizamentos. Contudo apenas 15% desse valor, R$340 milhões, foi executado. Para que se tenha uma ideia, somente  a reforma do estádio da Fonte Nova teve um custo total de R$591 milhões.

Na Bahia o governo do Estado e a prefeitura captaram juntos R$176 milhões, porém, executaram em obras apenas 4% desse valor. Em maio de 2014 o ex-governador Jaques Wagner (PT) lançou um Programa estadual de prevenção a desastres naturais que previa a contenção de 98 encostas, no entanto, apenas seis obras foram concluídas. Já o prefeito ACM Neto (DEM), que recebeu recursos para 20 obras de contenção, concluiu apenas duas!

A falta de iniciativa na elaboração de projetos ou a morosidade na condução das poucas obras que chegam a etapa de execução são exemplos do desinteresse político. Aliás, essa é uma infeliz tradição seguida por todos os governadores e prefeitos desde ACM, o avô, passando por Paulo Souto, Imbassahy, João Henrique, até Wagner. ACM Neto e Rui Costa tiveram com quem aprender. Quem paga caro por isso é a população.

O secretário de infraestrutura de Salvador, Paulo Fontana, rebateu a denúncia da Folha de São Paulo alegando que o problema dos atrasos é a burocracia. Perguntamos então ao secretário, ao prefeito Neto e ao governador Rui Costa: Por que essa burocracia nunca é problema na hora de gastar milhões com obras como as da Copa do mundo? Por que será que quando o assunto são as obras e intervenções que podem trazer benefícios reais aos trabalhadores sempre surge a “burocracia” para impor barreiras? Da mesma forma que não podem simplesmente culpar as chuvas, Neto e Rui também não podem acusar a burocracia para se esquivarem de suas responsabilidades. Não, nenhum dos dois tem esse direito.

As vidas perdidas e o drama das encostas são o resultado da completa ausência de um planejamento urbano que responda aos problemas estruturais e que privilegie o bem-estar da população em detrimento do lucro da especulação imobiliária. Por isso não aceitamos as desculpas e também por isso denunciamos a hipocrisia das declarações concedidas pelos gestores nas entrevistas coletivas. O povo que vive o drama das encostas e que se desespera quando a chuva cai não quer mais desculpas, já estão cansados disso, assim como já estão cansados de chorar morte de entes queridos ou ver suas casas vindo abaixo.

Salvador precisa de uma verdadeira reforma urbana que vá a fundo nas mudanças necessárias para superar o atual estágio de calamidade. De imediato é preciso reforçar as medidas de emergência para acolher as famílias desabrigadas ou que se encontram em situação de risco. Ao invés de dar desculpas, essa deve ser a prioridade da prefeitura e do governo do Estado.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

PSTU COMEÇA A SE ORGANIZAR EM JUAZEIRO DA BAHIA



O professor Agnaldo José de Souza juntamente com alguns amigos e familiares entre eles: Alonso José de Souza, representando os trabalhadores da indústria de alimento sindicalizado e filiado ao Sindicato dos Comerciários, Jailson Barbosa- Pedagogo e comerciante no Mercado do Produtor, Nilson Rodrigues Vigilante e também mototaxista nos momento de sua folga no trabalho e o Sargento Roberto da Reforma da Polícia Militar da Bahia.

Os mesmos participaram de uma reunião com o camarada André também professor do IF Sertão- Petrolina e militante do socialismo (PSTU), discutindo sobre a importância de se formar uma base de luta na cidade de Juazeiro-Bahia.

 Nesse momento trágico, em que vivenciamos um retrocesso na política Nacional, Estadual e Municipal do País, a proposta de se construir uma alternativa diferente da que está posta na sociedade, se faz mais do que necessário, além de ser um momento oportuno para se formar uma base sólida, compacta e resistente.

Ao invés de elogiar governos ou se aliar ao poder. A defesa verdadeira dos trabalhadores, a esquerda socialista verdadeira, que defende os proletariados e não o burguês ou o poder elitizado, surge com o primeiro passo, algo completamente novo para os excluídos e explorados, nesse sentido, a base começa a se organizar na proposição das ideias alicerçadas pelos pilares socialistas.

Por fim, é com este propósito principalmente diante de uma crise política, social e econômica que se faz necessário aprofundar este debate, pensando num paradigma de se construir bases em defesa dos trabalhadores seja eles: operários, trabalhadores da indústria, vigilante, professores e outros seguimentos da sociedade, enfim, resumindo pretende propor para a sociedade a verdadeira esquerda socialista, diferente do PT, PCdoB, PMDB entre outros de Centro-direita e direita.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

PELO DIREITO DE TRABALHAR! NÃO ÀPRIVATIZAÇÃO DO CENTRO COMERCIAL DE CAMAÇARI!



Elisa Gonçalves, Camaçari/Ba.

Em meio a uma crise econômica, estamos vivenciando vários ataques à classe trabalhadora. Estamos sofrendo com as políticas de reajuste fiscal e com grandes possibilidades de sermos atacados com a aprovação das Medidas Provisórias (MP’s) 664 e 665 do governo e do Projeto de Lei (PL) 4330 que amplia a terceirização.

Aumentos nas taxas das contas básicas, tais como água e luz, ultrapassam as condições de mantermos nossos salários até o fim do mês. Esses aumentos também atingem nossas alimentações diárias. Fazer feira para todo mês vem sendo mais difícil. Feira em supermercado, mais difícil ainda, pois os preços são mais altos. Nossa alternativa é irmos às feiras populares.

A cidade de Camaçari é contemplada por uma grande feira popular, conhecida como Centro Comercial de Camaçari. Este centro está sendo o novo alvo dos ataques da privatização. A Prefeitura Municipal de Ademar (PT) pretende privatizar a feira, cobrando preços altos aos feirantes que pretendem ficar em seus locais de trabalho. A proposta vem no sentido de modernizar a feira e quem vai pagar por sua “modernização” é quem trabalha no local há anos. É inegável que a feira precisa melhorar sua estrutura, mas a melhoria não deve ser feita com um formato de exclusão.

Aos trabalhadores que pertencem os estabelecimentos vão ser cobradas 2 taxas: uma de aluguel e outra de manutenção do espaço coletivo. As taxas serão calculadas por m² do estabelecimento. Aos feirantes que não estiverem dispostos a colaborar mensalmente com a modernização, vai ser disponibilizado um espaço próximo ao distrito de Parafuso para que eles possam continuar seus trabalhos como feirantes. Ou seja, para ter um local central e uma boa localização de suas “barracas” os feirantes vão pagar um preço muito alto.

Essas mudanças além de atingirem a relação dos feirantes com seu trabalho, atingem a relação com seu modo de vida e com sua cultura. A existência de feiras livres é essencial para a manutenção da cultura dos feirantes e da população local, na qual há uma relação não apenas de compra e venda, mas sim uma relação da origem dos produtos vendidos e de suas utilidades no que diz respeito aos conhecimentos tradicionais dos feirantes que, geralmente, é passado de geração em geração.

Nesse sentido, nós como moradores e moradoras, trabalhadores e trabalhadores de Camaçari não podemos permitir que essa privatização nomeada de modernização aconteça. Nesse projeto quem perde somos nós e quem ganha é a prefeitura que, mesmo tendo um nível de arrecadação muito alto, quer que nós trabalhadores paguemos pela falta de verbas que a prefeitura alega estar passando. Obras de infraestrutura na cidade precisam ser feitas. A obra da feira é uma delas. Que a prefeitura pague pela modernização! Já pagamos com o nosso suor!

Todo apoio aos feirantes de Camaçari!
Abaixo a privatização do Centro Comercial!

Afinal, o que significa GREVE GERAL?



 

Arnaldo Freitas,

Operário de Camaçari (BA).

 


Na fábrica, uns falam “vamos parar geral”, outros dizem: “não vamos trabalhar”.  Mas, a bem da verdade é que ficamos esperando que um grupo ou categoria inicie para podermos nos posicionar atrás desse grupo como “escudo” a nos proteger quando os patrões quiserem demitir.
Perdemos o sentido de coletividade, perdemos a noção do “poder” que temos. Enquanto isso o patronato se aproveita. Principalmente nesses momentos de crise, causada pela classe dominante. Ainda que tivéssemos noção do poder da massa, não temos coragem de fazer.
Isso me dá vergonha. Gostaria de parabenizar o Povo Palestino, pois ele sim tem coragem de enfrentar os “poderosos” de todas as nações e não tem medo de morrer.
No dicionário não encontramos nenhum significado para as palavras greve geral, apenas para greve. Agora para fura-greve, como é o caso da maioria, tem.
O fato concreto é que a maioria dos sindicatos perderam seu nome e valor. Hoje, posso dizer sem medo de errar, que é difícil ver um sindicato mostrar força e união com os trabalhadores que diz representar, como vimos, por exemplo, na recente greve dos caminhoneiros. Eles pararam o país.
Agora vem a pergunta: por quê? Precisamos de sindicatos onde os trabalhadores se sintam o próprio sindicato. Não pode ser que apenas um ou um pequeno grupo decidam por todos. Todos tem que participar, todos tem que opinar, todos tem que decidir e todos tem coragem de fazer.

Porém, em outros sindicatos a coisa é vergonhosa. Por exemplo, o Sindicato dos Metalúrgicos em Camaçari. Podem até começar bem, porém acabam se corrompendo. Fato que nas últimas greves anunciadas, todos já sabiam que ia ocorrer. Como: foram vistos com o patronato em mesas de “rincões gaúcho”, sob churrascos e rodadas de cerveja, para decidir o que o patrão quer. Todos já sabem.  Depois, vêm com a velha conversa “gravada”: “... o sindicato foi firme, não aceitou o que o patronato ofereceu e fechamos em...”. Sem comentários.
Infelizmente, nascemos em um país de dominados, não de dominantes. Às vezes eu gostaria de ter nascido em outro país. Se pudéssemos escolher, gostaria de ter nascido em um país da Europa, que nos deram lições de Revolução. Por que não dizer também da Rússia, que teve sua revolução feita pela classe operária.
Enquanto isso, vamos tentando nos encontrar no meio de canções, para quem sabe um dia nos despertar o sentimento de revolução, que parece estar sob “prisão perpétua” dentro de nós.
”Ideologia, eu quero uma pra viver”.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

A possível greve dos rodoviários e o "novo" sistema de transporte de Salvador.

Wellington Gardin,
de Salvador.
Aproxima-se mais uma greve dos rodoviários em Salvador. A categoria aprovou, na última quinta-feira, o estado de greve como resposta à intransigência dos patrões. Além de não atender qualquer reivindicação da categoria, o SETPS ainda ameaçou retirar direitos. Os empresários enrolam até mesmo para aceitar a proposta de mediação formulada pelo Ministério Público do Trabalho, que reduz a pauta da categoria de 26 para 04 itens. O SETPS dará sua posição na próxima quarta-feira. Para os rodoviários, o mínimo que os patrões podem fazer é aceitar a proposta do MPT e reabrir as negociações dos demais pontos de pauta. Caso contrário, é greve!

Rodoviários: precarização e adoecimento
Diante da possibilidade da paralisação dos ônibus, a grande imprensa já se prepara para fazer a cobertura de sempre. Tentam jogar a população contra os grevistas e ignoram as justas reivindicações dos rodoviários. Esse tipo de jornalismo, marcado pelos interesses dos grandes empresários, como os do transporte, tem como objetivo imediato enfraquecer a greve e defender os patrões e a Prefeitura. Por outro lado, escondem da população a situação precária vivida por esses trabalhadores.
Segundo o INSS, de todos os trabalhadores que se afastam por doença ocupacional, 20% são rodoviários. Danos na coluna, problemas gastrointestinais, hipertensão e, principalmente, a depressão, estão estre as doenças que mais atingem a categoria. É preciso dar um basta a essa precarização do trabalho.

Esse alto índice de adoecimento não ocorre por acaso. Os rodoviários estão submetidos a uma jornada de trabalho extensa e estressante, marcada pelo trânsito caótico de Salvador. O “legado da Copa” não tem nada a ver com a promessa feita pelos governantes. O que ficou para o transporte público da cidade são os ônibus lotados, uma das tarifas mais caras do país (maior do nordeste) e os engarrafamentos que atingem a população e os rodoviários. O medo da violência é outro problema sentido pela categoria. Somente nos quatro primeiros meses deste ano, 600 assaltos ocorreram nos ônibus coletivos de Salvador e Região Metropolitana.

Tudo isso ocorre em uma conjuntura de crise econômica, onde o salário já arrochado dos rodoviários é fortemente atingido pela inflação, pelo aumento das tarifas de água e luz, e pela ameaça de desemprego. Outra ameaça preocupa a categoria, a terceirização através do PL 4330. O ajuste fiscal do Governo que está em curso, somado a todos esses fatores, contribuirá para uma piora ainda maior dos níveis de adoecimento dos rodoviários.

A farsa do “novo” sistema de transporte de Salvador

O alardeado novo sistema de transporte de Salvador está longe de resolver os problemas de mobilidade urbana da cidade. A população já denuncia que ônibus velhos estão sendo “maquiados” e apresentados como novos pela Prefeitura. Há muita reclamação de extinção de linhas, de continuidade dos atrasos e da superlotação nos ônibus. Com a implantação das catracas na frente, os idosos se amontoam na entrada dos ônibus, inclusive em pé. Isso quando fiscais não ficam nos pontos controlando e limitando o acesso ao direito da gratuidade. A obrigatoriedade da emissão do Salvador Card pelos idosos é mais uma demonstração de insensibilidade dos empresários. Os rodoviários também estão sofrendo com mudanças arbitrárias nas escalas de trabalho e no transporte “apanha e leva” (entre a casa e o trabalho, e vice-versa).

Todos esses transtornos acontecem porque a Prefeitura continua atendendo aos interesses da máfia dos transportes. Na rodada de licitação ocorrida em outubro do ano passado, ACM Neto entregou as linhas de ônibus às mesmas empresas que já controlavam o transporte público na cidade. A legalização do cartel das empresas de ônibus valerá para os próximos 25 anos. No contrato, há inclusive uma cláusula que garante o reajuste anual da tarifa.

Como se não bastasse, a Estação da Lapa foi abandonada e depois privatizada junto com as demais estações de transbordo da capital. O único consórcio que participou da licitação inclui a construtora Axxo, de propriedade do marido de Paula Magalhães, prima do prefeito ACM Neto.

Todo apoio à luta dos rodoviários e por um sistema de transporte público de verdade!
Os rodoviários lutam por: reajuste no salário e no vale alimentação; redução da jornada para 6 horas; cota de 30% para a contratação de mulheres em cada empresa; passe livre para todos os rodoviários, inclusive os aposentados; plano de saúde e odontológico custeados pelas empresas; readmissão dos trabalhadores demitidos por participar de manifestações; adicional de insalubridade e periculosidade; contratação de cobradores para os micro-ônibus e outras reivindicações.
Toda a solidariedade é importante nesse momento de pressão sobre os patrões e, principalmente, durante a greve da categoria. Entendemos, por outro lado, que essa luta dos rodoviários precisa fazer parte de uma luta maior que derrote a política privatista de ACM Neto e que avance para a municipalização do transporte público em Salvador.

Chega de enrolação. Pelo atendimento das reivindicações já!
Construir a greve pela base!
Não ao PL 4330!
Não às MP’s 664 e 665! Contra o ajuste fiscal do Governo Dilma!
Passe livre para estudantes e desempregados!
Fora a máfia do SETPS! Suspensão da licitação que legalizou o cartel das empresas!
Municipalização do Transporte público de Salvador Já!



sábado, 9 de maio de 2015

CRESCE O DESEMPREGO NO BRASIL, PRINCIPALMENTE NO NORDESTE. Os mais atingidos são jovens, mulheres, negros (as) e operários.


CRESCE O DESEMPREGO NO BRASIL, PRINCIPALMENTE NO NORDESTE.
Os mais atingidos são jovens, mulheres, negros (as) e operários.

André Freire.
de Salvador.

A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicilios (PNAD) Contínua, realizada pelo IBGE, aponta um crescimento importante do desemprego no Brasil, no primeiro trimestre de 2015.
Nos primeiros meses desse ano chegamos a 7,9% de desempregados, lembrando que instituto leva em consideração em sua pesquisa somente aqueles que efetivamente estão procurando emprego no momento da pesquisa. Esse índice representa um crescimento sifnificativo se compararmos ao útimo trimestre de 2014, onde o desemprego era de 6,5%.
Em números absolutos, estamos falando que existem nesse momento quase 8 milhões de desempregados no Brasil, segundo o IBGE. Ou seja, 1,5 milhão a mais de desempregados no começo desse ano, se comparamos com os últimos meses do ano passado.
O desemprego é ainda maior no Nordeste brasileiro, onde a taxa chega a 9,6%, bem acima da média nacional. O Estado que é o campeão de desemprego no Brasil nesse momento é o Rio Grande do Norte, com um índice muito preocupante de 11,5%.
A pesquisa demonstra mais uma vez a desigualdade entre homens e mulheres. Existe um índice de desemprego bem superior entre as mulheres, chegando a 9,6%, acima da média geral, enquanto entre os homens o desemprego é de 6,6%.
Porém, o que mais surpreende é o índice de desemprego na juventude. Entre os que possuem idade entre 18 e 24 anos, o desemprego chega ao absurdo de 17,6%, mais que o dobro do que na média geral.
Entre os setores econômicos que mais contribuíram para o crescimento do desemprego estão a Indústria e a Construção Civil, revelando um aumento expressivo do desemprego na classe operária brasileira.
Por exemplo, somente em abril as montadoras de automóveis demitiram 1.239 trabalhadores e as demissões nos primeiros meses de 2015 já chegam a 4.600 trabalhadores. Outro grande número de demitidos vem das empreiteiras da Petrobrás, onde as demissões deram um salto com as investigações sobre a corrupção na empresa.
Outro setor onde cresceram significativamente as demissões foi no Comércio. Justamente nos setores operários e do comércio onde se encontram um maior contingente de trabalhadores negros (as) brasileiros, revelando outra triste desigualdade brasileira, entre negros e brancos.
Como conclusão, podemos afirmar com segurança que o crescimento do desemprego pegou em cheio as mulheres e os negros (as). Para os trabalhadores e a maioria do povo existe ainda uma combinação, ainda mais perversa, entre exploração e opressão no capitalismo brasileiro, marcado aind apela presença do racismo e o machismo.

APROVAÇÃO DO AJUSTE FISCAL VAI PIORAR A SITUAÇÃO

Infelizmente, ao contrário do discurso do Governo Federal, o mais provável é que a situação vai ainda piorar, caso siga sendo aplicada a política econômica da Presidente Dilma (PT) e do Ministro da Fazenda, o banqueiro Joaquim Levy, através principalmente do seu famigerado ajuste fiscal.
Nessa semana, o governo Dilma comemora a aprovação na Câmara dos Deputados da Medida Provisória 665, com o apoio das bancadas de deputados do PT e do PCdoB.
Logo em um momento onde cresce o desemprego, essa medida, por exemplo, dificulta o acesso dos trabalhadores ao seguro desemprego - agora só terá acesso ao seguro desemprego quem tiver trabalhando há um ano, antes eram seis meses.
Uma grande traição desses partidos que ainda se dizem representar os trabalhadores. Mais um ataque cruel do governo Dilma, que a cada dia vem revelando a sua verdadeira face, ou seja, de governar de acordo com os interesses do grande capital, atacando os direitos da classe trabalhadora, da juventude e da maioria do nosso povo.

AMPLIAR E UNIFICAR AS LUTAS PARA DERROTAR O AJUSTE

Não podemos confiar nem mais nenhum minuto no Governo Dilma e nesse Congresso Nacional, formado por uma esmagadora maioria de parlamentares corruptos e dos partidos da direita tradicional.
Para os trabalhadores só existe um caminho a seguir: intensificar as suas mobilizações para derrotar esse ajuste fiscal, especialmente as suas medidas mais perversas, como o Projeto de Lei que amplia a terceirização do trabalho e as Medidas Provisórias 664 e 665, que rabaixam os direitos trabalhistas e previdenciários.
O próximo passo fundamental é realizar outro grande dia nacional de lutas e paralisações no dia 29 de maio. Essa grande manifestação nacional foi convocada por centrais sindicais como a CUT, a CTB e a CSP Conlutas, entre outras entidades sindicais e movimentos populares combativos.
O dia 29 de maio pode ser ainda mais forte do que foi o dia de luta realizado no último dia 15 de abril. Por isso, deve ser preparado desde a base, para ser de fato um passo decisivo para a realização de uma verdadeira greve geral em nosso país, que derrote de uma vez por todas o ajuste fiscal e a política econômica do Governo Dilma - Levy.
O dia 29 de maio precisa ser uma mobilização nacional forte e não só independente, mas de fato contra esse Governo. Portanto, as direções das centrais sindicais, especialmente da CUT e da CTB, devem romper imediatamente com o apoio político que ainda dão ao governo Dilma.
Só com a ampliação das lutas e da nossa unidade para lutar poderemos derrotar o ajuste fiscal do governo do PT e da direita tradicional, e na prática combater o crescimento do desemprego no Brasil.





terça-feira, 5 de maio de 2015

EDUCAÇÃO: VALORIZAÇÃO OU REPRESSÃO?


Agnaldo José de Souza
Professor do município de Juazeiro/BA


Ao abordar este tema de grande importância sobre a ‘EDUCAÇÃO’, me deparo, com cenas lamentáveis de crueldade, selvageria e covardia cometida contra os professores do estado do Paraná. Mas, será que somente naquele estado os professores sofrem este tipo de arbitrariedade? Ou melhor, É só o governador Beto Richa do (PSDB) que usa do poder para colocar a sua tropa de policial militar para reprimir os movimentos de manifestações?

Na Bahia tivemos cenas parecidas, só que foi com um grupo de PMs grevistas que estava do lado de fora da Assembleia Legislativa da Bahia que entrou em confronto com as forças de segurança que cercaram o local. Cerca de1.000 homens do Exército, da Força Nacional de Segurança e da Tropa de Choque da Polícia Militar cercaram o prédio em Salvador, onde os PMs acamparam com as suas famílias na greve de 2012, no governo Jacques Wagner PT.

Os professores da rede municipal de ensino, na cidade de Goiânia, no último dia 24 de abril do corrente ano, entraram em greve e realizaram um protesto no paço municipal, mas foram recebidos a paulada pelos guardas do prefeito Paulo Garcia do PT.

Os governos Federais, estaduais e municipais, infelizmente eles tem feito vista grossa no que tange a qualidade do ensino e sua valorização no país, nesse sentido, tanto faz PSDB, PT, PcdoB, PMDB etc. eles priorizam as suas particularidades e ganância pelo poder e poder. Os sindicatos estão fragmentados pela obsessão de barganha para engordar as suas entranhas, nesse bojo, estão a CUT, MST, CNTE, UNE entre outros.

Se quem está no governo é o PSDB, DEM, PMDB, partidos taxados de direita por eles, então, toda militância representadas por estes sindicalistas que se dizem representar o trabalhador vão às ruas, mas, caso o patrão esteja no governo, há um recuo consideravelmente, pois, os interesses particulares destes pelegos a serviço da burguesia está em primeiro lugar.

Precisamos de uma transformação na organização social das categorias de trabalhadores, seja eles: metalúrgico, professor, construção civil, garia entre outros, caso contrário continuaremos órfãos em representação, nesse sentido, continuaremos sendo manadas ou massa de manobra de partido A, B ou C ou levantamos para lutar ou continuaremos de joelho, rezando ou orando para Deus agir por nós.

Por fim, abaixo a violência, truculência, repressão seja de qualquer governo, não podemos mais aceitar que cenas lamentáveis venha acontecer nem com o professor nem tampouco com qualquer outro trabalhador, pois todos nós temos direito de protestar, manifestar e discordar de qualquer governo. A educação que queremos não é essa mercantilizada a serviço do burguês, mas uma educação para o oprimido e do oprimido, não do opressor.

PL 4330: um Duro Ataque às Mulheres Negras Trabalhadoras Baianas



Secretaria de Mulheres PSTU Salvador

Baixos salários, salários atrasados, maior jornada de trabalho, realização dos trabalhos mais pesados e insalubres, maior número de acidentes de trabalho, assédios moral e sexual, além de humilhações diárias fazem parte da rotina de trabalho das/os trabalhadoras/os terceirizadas/os. Essa realidade se torna ainda mais cruel quando se trata de trabalhadoras/os negras/os, mulheres e LGBT’s, que já compõem uma significativa parte dessas/es trabalhadoras/os terceirizadas/os, assumindo postos cada vez mais precarizados.

O PL 4330, Projeto de Lei da Terceirização, que foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas ainda tramita no Senado e depende do veto ou não da presidente Dilma, se aprovado, irá ampliar os serviços que não podem ser terceirizados, são as chamadas atividades-fim. Atualmente, juridicamente, o trabalho terceirizado é permitido somente para as atividades-meio, como por exemplo, os serviços de limpeza, vigilância, alimentação, telefonia, etc.

            É verdade que a ampliação da terceirização para as atividades-fim já está sendo implantada no Brasil e na Bahia há muito tempo, um exemplo disso é o serviço bancário, cujo trabalho de compensação, que é uma atividade-fim, já está terceirizado há muito tempo. Outro exemplo importante é o do setor público, que além das PPPs – Parcerias Público Privadas, também precarizam o trabalho através da Terceirização.

            Na Bahia, as/os trabalhadoras/os terceirizadas/os do serviço público, seja federal, estadual ou municipal sofrem com atrasos constantes de salários, esses atrasos chegam ao absurdo de 3 a 4 meses, principalmente, nos serviços de vigilância e de limpeza. Outra prática comum é o calote, ou seja, a empresa terceirizada decreta falência, demite todas/os as/os trabalhadoras/os e depois contrata todas/os novamente (agora usando um novo CNPJ), sem pagar o FGTS e a multa de 40% do salário e mais, essas são demissões sem justa causa. Na educação as/os trabalhadores/os contratadas/os para a Prestação de Serviço Temporário – PST, em sua maioria, são mulheres e negras que chegam a ficar 4 ou 5 meses sem receber salário, além do que, não há critérios objetivos para a contratação dessas/es trabalhadoras/os.
 
Um verdadeiro absurdo! Absurdo ainda maior porque essas práticas acontecem com a anuência das diferentes instâncias do Governo que fecham os olhos diante destes casos, na medida em que mantém os contratos com essas empresas, entrando no jogo da máfia da terceirização




No caso do setor privado, a terceirização também está presente de forma marcante. Em Salvador, quem procura o primeiro emprego acaba entrando em uma empresa de telemarketing, onde há mais vagas e não se exige experiência profissional. Essa/e jovem trabalhadora/o logo encontra uma realidade dura, pois essa é uma atividade extremamente estressante, com um ritmo de trabalho enlouquecedor, produzindo altos índices de doenças ocupacionais, além de pagar baixos salários. Quem aguenta fica o quanto dá, quem não aguenta mais pede demissão, desta forma, a super-exploração e a alta rotatividade garantem o lucro das empresas de telemarketing. Nessas empresas, qual é o gênero e a raça dos que estão no telemarketing? São prioritariamente mulheres e mulheres negras.

Quem realmente ganha com tudo isso é o empresário, pois suas empresas lucram muito na medida em que a/o trabalhadora/o terceirizada/o recebe cerca de 30% menos que as/os trabalhadoras/os contratadas/os e, e no caso do Estado, cerca de 50% menos do que as/os trabalhadoras/os concursadas/os. Desta forma, não tem outra opção, sempre quem perde é a/o trabalhadora/o. Outro dado importante é que as/os terceirizadas/os trabalham, em média, mais 3 horas semanais e são as maiores vítimas de acidentes de trabalho.


            Infelizmente as/os trabalhadoras/os que realizam os serviços terceirizados têm, em sua ampla maioria, cor, raça, gênero e orientação sexual muito bem definido. Não temos dúvida de que esse tipo de trabalho favorece às empresas que, por sua vez, se aproveitam desses setores considerados marginalizados para explorar ainda mais, oprimir ainda mais, além de as/os inviabilizá-las/os o máximo possível. Neste sentido, a Terceirização consegue potencializar a combinação entre exploração e opressão em benefício da lucratividade das empresas. Assim, as empresas se utilizam do machismo, do racismo e da homofobia para pagarem salários baixos e submetem trabalhadoras/os em situações degradantes de trabalho.

            Essa lógica que associa exploração e opressão faz parte do mundo do trabalho brasileiro, isso não é diferente no caso do nosso estado, mas se torna gritante quando pensamos na cidade do Salvador, cuja população negra é da ordem de 85%. Em Salvador, a maior parte do trabalho terceirizado é realizado pelas mulheres negras, que estão nos setores mais precarizados do mercado de trabalho, com menores salários, com alta rotatividade, com o maior número de acidentes de trabalho, que realizam os trabalhos mais pesados e mais insalubres e inseguros.

            Portanto, diferente do discurso da presidente Dilma e de setores que defendem o PL 4330, afirmando que ele vai regulamentar os direitos das/os trabalhadoras/os terceirizadas/os, afirmamos que esse Projeto de Lei prevê a universalização do que tem de pior no mercado de trabalho, com a perda de direitos para um conjunto ainda maior de trabalhadoras/os, além do rebaixamento geral dos salários. Para nós o que o PL 4330 propõe é a regulamentação da precarização do trabalho e não a regulamentação de diretos.

            Por tudo isso nós, mulheres do PSTU, somos contra o PL 4330, pois entendemos que ele significa, não só um ataque as/os trabalhadoras/os em geral, mas especialmente um ataque ainda mais duro a população negra de Salvador, especialmente as mulheres negras desta cidade. Chega de Dilma, do PT, do PMDB e do PSDB. Unir xs trabalhadorxs mulheres, negras, negros e LGBTs contra os ataques do governo e da direita! Construir a greve geral para derrotar o governo Dilma, a direita e os patrões!