sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Domingo (15/11), mulheres vão às ruas contra Eduardo Cunha e o PL 5069 em Salvador

Manifestantes exigem “Fora Cunha” e denunciam retrocesso nos direitos das mulheres

Em várias partes do país, organizações, movimentos, coletivos, com as mulheres à frente, estão ocupando as ruas contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e seu Projeto de Lei 5069/2013 que dificulta ainda mais o atendimento às mulheres vítimas de estupro. Em Salvador, novo protesto pelo ‘Fora Cunha’ e contra o retrocesso nos direitos das mulheres está marcado para domingo, 15/11, às 15h, no Campo Grande.

“Estamos ocupando as ruas do País lutando pelo arquivamento do PL 5069/13 e pelo ´Fora Cunha’. O projeto apresentado pelo presidente da Câmara é mais um que ataca direitos dos trabalhadores e do povo pobre, especialmente as mulheres negras da periferia. O PL 5069 prevê nada menos do que a proibição da pílula do dia seguinte, exige o boletim de ocorrência para que o medicamento seja ministrado às mulheres vítimas de estupro, pune trabalhadores da saúde que orientam sobre o abortamento e dificulta o procedimento legal de aborto em vítimas de estupro. Ainda criminaliza todos os que defenderem a legalização do aborto como uma medida de saúde pública ou como um direito da mulher, por considerar tal ato uma incitação à violência. Isso é um absurdo”, afirma Gabriela Mota, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL).

Keila Fernanda, diretora do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos da Bahia (Sincotelba) e do Movimento Mulheres em Luta (MML), ressalta que no Brasil as mulheres jovens e negras são as principais vítimas da violência sexual. “Nós, as mulheres jovens e negras, somos as que mais sofremos com medidas que restringem o direito ao nosso corpo. Esse direito já é violentado cotidianamente pelo Estado que não garante nossa proteção e pelos inúmeros casos de assédio que acontecem nas ruas, nas escolas, nos centros de trabalho, no transporte público. Sem falar que, segundo o Mapa da Violência 2015, entre 2003 e 2013, o número de homicídios de mulheres negras subiu quase 20%, enquanto o de mulheres brancas caiu perto de 12%. O PL 5069 afeta mais a nós mulheres jovens e negras porque a violência já nos afeta mais no dia a dia”, disse.

Gabriela Mota destaca que a luta das mulheres é contra Cunha, mas também contra Dilma e a oposição de direita. “A presidente Dilma joga contra as mulheres. No meio da crise econômica e política atual, cortou o orçamento da Secretaria de Políticas para as Mulheres pela metade. E a fundiu com outros dois ministérios. Além disso, ampliou a presença do PMDB de Cunha no primeiro escalão. Isso significa que Dilma desprotegeu as mulheres e abriu espaço para os setores conservadores. Sem falar que o deputado Padre Ton (PT-TO) assina o PL 5069 junto com Cunha. Por isso, para nós da ANEL, a luta contra o PL 5069 exige uma luta contra o Cunha, o governo Dilma e a oposição de direita. Para que o arquivamento do projeto seja vitorioso, para que se punam os estupros e não as mulheres, é preciso ecoar nas manifestações pelo Fora Cunha, o Basta Dilma, Temer e Aécio. Nenhum está interessado em defender as mulheres trabalhadoras”, concluiu.

Esse será o segundo ato pelo ‘Fora Cunha’ e em defesa dos direitos das mulheres que acontecerá em Salvador. O primeiro ocorreu no dia 31 do mês passado e reuniu quase mil pessoas.

1 comentários:

uma correção, o segundo aconteceu hoje. 13 de novembro. e nacionalmente contou com mais de 20 estados mobilizados. No domingo será o terceiro.

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