sábado, 22 de junho de 2013

Soteropolitanos vão às ruas, e mais uma cena de repressão se repete


Cerca de 30 mil pessoas participam da manifestação pacífica em Salvador, recebidos com grande repressão pela Polícia Militar
Jéssica Souza, de Salvador.
            Nesta quinta-feira, dia 20, as ruas de Salvador foram tomadas pelos soteropolitanos que se somaram à luta nacional iniciada há algumas semanas. Os atos aconteceram em mais de cem cidades brasileiras com milhares de pessoas protestando em solidariedade às lutas da população de São Paulo e do Rio de Janeiro contra o aumento das passagens, contestando a precariedade do sistema de transportes da cidade e cantando palavras de ordem como: “Da copa eu abro mão, eu quero investimento pra saúde e educação”, contra os investimentos abusivos nos grandes eventos esportivos sediados no Brasil.
            Pouco antes das 14 horas, o Campo Grande, local de concentração do ato, já estava completamente tomada por milhares de pessoas, cerca de 30 mil, com seus cartazes e palavras de ordem, chamando a todos que passavam nos ônibus e pelas ruas a se somarem à “luta dos brasileiros” na manifestação pacífica. Com a presença de movimentos sociais, partidos políticos, famílias, estudantes e trabalhadores, o ato se iniciou antes das 16 horas.
            Próximo do Forte São Pedro, a maior parte dos manifestantes seguiram o percurso definido em última assembleia do movimento e se direcionaram à Arena Fonte Nova, pelo Politeama. Contudo, uma parte dos manifestantes se direcionou à Avenida Sete de Setembro, com o mesmo objetivo de chegar à Arena Fonte Nova.
            Já eram quase 17 horas quando o ato chegou ao Largo dos Barris, na entrada do Dique do Tororó, que dá acesso à Arena Fonte Nova. Havia uma barreira montada da Polícia Militar, Tropa de Choque e Cavalaria, com o intuito de impedir o prosseguimento do ato e manter a normalidade em torno do estádio de futebol, onde estava acontecendo o jogo entre Uruguai e Nigéria.
            Em menos de 5 minutos em que os manifestantes se aproximaram do bloqueio e tentaram ultrapassá-lo, foram lançadas as primeiras bombas de gás lacrimogênio com o objetivo de dispersar e desfazer o ato. Foram esses primeiros estouros das bombas de efeito moral que deram inicio às cenas mais bárbaras dos últimos anos em Salvador.
            A polícia militar, a serviço do governador Jaques Wagner (PT)  e do Prefeito ACM Neto (DEM) recebeu os soteropolitanos com bombas, spray de pimenta e tiros. Uma prática truculenta já conhecida pela população pela era Carlista que a Bahia viveu. Com menos de trinta minutos de conflitos, já eram vistas centenas de pessoas passando mal, desacordadas, com falta de ar e muito sangue nas ruas.
            Em poucos metros de distância, a PM já havia entrado em conflito com os manifestantes que se direcionaram por outra via ao estádio, na Avenida Joana Angélica. Lá os manifestantes encontraram também uma barreira policial que impedia o prosseguimento da manifestação. Assim também, em menos de 10 minutos se iniciou a repressão militar. A avenida que é tomada pelo comércio e tem poucas vias de saída se tornou uma praça de guerra devido a ação truculenta da PM.
            A partir desse momento, o conflito entre os manifestantes e a PM durou cerca de 8 horas. Por volta das 21 horas já existiam conflitos em mais de 7 lugares da cidade com intensa repressão policial, com 4 ônibus incendiados e um estado de “ Campo de Guerra”, segundo relatos de manifestantes. O conflito terminou pouco depois das 00 horas com centenas de feridos e suspeita de mortes.

            É necessário localizar que, logo no início do ato, a coluna dos partidos de esquerda já era atacada com palavras de ordem  “Sem Partido”, e assim prosseguiu no ato com a incessante tentativa de nos retirar da mobilização. Posicionamentos ofensivos e posturas truculentas foram direcionados ao nosso partido e aos nossos militantes, constantemente provocados ao longo da manifestação.
            Já iniciada a ação criminosa da PM, com centenas de feridos em diversos pontos da cidade, o bloco do PSTU, que estava próximo ao Largo dos Barris, sofreu ainda diversos ataques ofensivos  e perseguições de grupos que propagavam o ódio anti-partido, beirando ao confronto físico.
            Nós do PSTU consideramos criminosa a ação da PM na noite de ontem, ao mesmo tempo em que consideramos absurdos os ataques ao nosso partido em Salvador e em diversas outras cidades no Brasil.

            Vitórias já foram obtidas em diversas cidades do país. A luta não para e não recuaremos diante das agressões sofridas. Já houveram os que derramaram seu sangue em defesa das bandeiras vermelhas. Lutemos juntos: jovens e trabalhadores. Iremos às ruas contra a direita e os governos.

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