quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Em Camaçari, a educação não pode pagar pela crise

No dia d@s professor@s, não temos nada a comemorar!

|Por Professor Carlos Nascimento, Presidente do PSTU Camaçari/BA

Diante do agravamento da crise econômica brasileira, com reflexos negativos já sentidos na arrecadação municipal e nos repasses de verbas federais e estaduais, a Prefeitura de Ademar Delgado (PT) já demonstra qual será sua política para enfrentar esse quadro de dificuldade: jogar o peso da crise somente sobre os ombros da maioria da população, e dos servidores públicos municipais em particular.

Até o momento não vimos nenhuma medida que acabe com as isenções fiscais municipais para as grandes empresas instaladas na Cidade, que seguem lucrando muito e pagando impostos muito baixos. E, o que é pior, essas empresas que recebem incentivos do poder público, frente a uma pequena diminuição de suas margens de lucro, que são exorbitantes, já começam a demitir uma parte significativa de seus trabalhadores e trabalhadoras. Um absurdo!

Da mesma forma, não se mexe em nada nos enormes privilégios dos políticos municipais, que recebem altos salários, tanto na Prefeitura como na Câmara dos Vereadores. De forma populista, Ademar reduziu em apenas 10% o seu salário e de seus secretários, somente até o final do ano. Mas, isso não muda nada. Quero ver esses políticos viverem um mês sequer com um salário que recebe um professor ou uma professora da nossa cidade. Isso sim, seria enfrentar os seus próprios privilégios.

E a corrupção segue desviando o dinheiro público que deveria ser investido, por exemplo, na educação e na saúde públicas.  Somente na Cidade do Saber, o Ministério Público estima um desvio de 7,5 milhões de reais, e já condenou o ex-Prefeito e atual deputado federal Luiz Caetano (PT) a pagar uma multa de dez mil reais e a atual diretora do projeto, Ana Lúcia Alves, a devolver aos cofres públicos mais 800 mil reais.

A incompetência da Prefeitura e da maioria esmagadora dos Vereadores é tanta que assistimos outro absurdo, que foi o atraso na aprovação do Plano Municipal de Educação (PME), que foi aprovado somente no fim do mês de setembro, após pressão dos próprios professores, que realizaram uma manifestação na Câmara de Vereadores.

O simples atraso da aprovação do PME, já significou que esse ano nossa Cidade ficou sem a construção de pelo menos 11 creches e várias quadras poliesportivas. O que poderia pelo menos minorar a grave situação de carência de creches públicas em Camaçari e da falta de espaços de lazer e de esporte para a nossa juventude.

Mais uma demonstração que esses políticos que sempre se revezam no poder, sejam eles do PT, PMDB, PSDB, DEM, entre outros, não estão nem aí para os graves problemas da população mais pobre e carente da nossa cidade.

E os desmandos não param por aí. No mês de outubro, às vésperas do dia que se comemora o dia dos professores e professoras, o prefeito Ademar, repetindo a mesma receita anti-trabalhador da presidente Dilma, sua aliada de partido, através de uma nota informou o descumprimento de acordos acertados no final da greve dos professores do município, como o pagamento do retroativo referente ao reajuste do auxílio alimentação, transporte e do projeto de incentivo a qualificação profissional.

Os professores já contavam com o pagamento destes retroativos, afinal eles são parte de seus direitos trabalhistas e a prefeitura tinha se comprometido com eles. Os retroativos eram uma pequena forma de minorar o arrocho salarial dos educadores da nossa cidade, que já viram seus salários serem diminuídos em 2,17%. Isso levando em conta a inflação oficial, pois na verdade, sabemos que a nossa perda é ainda maior, pois a inflação real, na conta de luz, de água, no preço da gasolina e dos alimentos, é de fato muito maior.

Por todos esses absurdos, dizemos em alto e bom som: no dia d@s professor@s nem os educadores e nem a maioria da população têm nada a comemorar! Pois a educação pública, segue sendo prioridade somente nos discursos dos políticos, mas na prática é só abandono.  Faltam escolas, creches e espaços de cultura e lazer para a maioria da população, especialmente para a juventude. E @s professor@s têm seus salários arrochados, seus direitos trabalhistas desrespeitados e ainda exercem sua profissão em condições ainda muito ruins.

Ano que vem teremos novas eleições municipais, e vamos ver os mesmos candidatos de sempre, sejam eles Caetano, Ademar, Tude ou Elinaldo, repetindo as suas promessas enganosas, que não serão cumpridas quando chegam no poder.

Para enfrentar de fato toda essa situação de descaso e desrespeito com a educação e demais áreas sociais só podemos confiar mesmo na força da organização e da mobilização dos trabalhadores e da maioria da população. É necessário manter a categoria mobilizada, pois a prefeitura seguirá nos atacando. Por isso, vamos tod@s à assembléia no dia 16.10 traçar estratégias em defesa de nossos direitos e que apontem para novas conquistas. Somente com a intensificação das nossas lutas vamos impor a eles o atendimento de nossos direitos e reivindicações.

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