quinta-feira, 15 de outubro de 2015

15 de outubro, dia de luta por uma educação pública de qualidade na Bahia e no Brasil

No dia do professor e da professora, é necessário chamar os educadores e as educadoras à luta contra o ajuste fiscal da presidente Dilma (PT) e do governador Rui Costa (PT), e em defesa da educação pública no Brasil e na Bahia

|Por Professor Zé Roberto, PSTU Itabuna/BA

“Começou a chamada para o ‘Educar para transformar’, um pacto pela educação. E sabe quem vai participar? Todo mundo. O desafio é melhorar o ensino público na Bahia. O governo vai trabalhar muito e com a participação das famílias, prefeitos, estudantes e professores e empresários. Sabe quem vai aprender mais e mais? Quando todos se juntam a educação melhora. Governo do Estado Bahia. Terra mãe do Brasil.” (Propaganda do governo da Bahia veiculada na TV)

Quem é estudante, professor ou funcionário das escolas públicas devem ter tomado um susto com a propaganda do governo veiculada na TV e rádio sobre a educação pública na Bahia. Nessa propaganda aparecem escolas bem cuidadas, cheias de recursos tecnológicos, alunos e professores felizes, enfim uma propaganda longe da verdadeira situação das nossas escolas. Uma realidade fictícia, como um filme de Holywood ou um sonho. Mas acalmem-se, trata-se de mais uma peça publicitária do governo Rui Costa do PT distante da realidade. É pura ilusão criada para nos enganar. Essa campanha publicitária nada tem a ver com a realidade da educação pública baiana. Esconde os professores e funcionários terceirizados, amargando meses de salários atrasados e ganhando uma miséria; não mostra as escolas sem merenda com os alunos tendo que ser liberados mais cedo; não fala da estrutura física precária dos prédios escolares e da falta de verbas para comprar materiais básicos.

O chamado “Educar para transformar: um pacto pela educação” é uma campanha midiática lançada na televisão e no rádio com o lema ‘Quando todos se juntam a educação melhora’. Nessa campanha, o governo Rui Costa, que sistematicamente corta verbas da educação e precariza o trabalho de professores e funcionários das escolas, diz, que basta que os pais de alunos, a direção e os professores se unam, que a educação pública será melhorada. É a mesma ladainha de sempre, que tenta jogar a crise da educação nas costas dos professores e das famílias, enquanto o governo prioriza os recursos públicos para os banqueiros e grandes empresas.

Ao mesmo tempo que o governo Rui Costa gasta milhões em peças publicitárias para enganar o povo, a educação pública na Bahia está jogada no caos. Na capital e no interior, as escolas se assemelham a presídios superlotados, onde os professores são obrigados a arcar com o próprio bolso materiais para utilizar em salas de aula. A maior parte das escolas não contam com bibliotecas ou sala de leituras, quadras de esporte, auditórios ou merenda. O governo diz na propaganda que o problema só será resolvido com a participação de todos no tal pacto pela educação, mas em nenhum momento fala de sua participação e de seu dever em garantir uma escola pública de qualidade. É como se o governo não existisse e as escolas não dependessem de recursos para garantir a qualidade do ensino.

Diante de toda a situação de caos na educação pública em nosso estado, que todos nós professores e estudantes conhecemos bem, a direção da APLB-Sindicato utiliza de todos os meios para impedir os professores de irem à luta contra o governo. Enquanto neste ano pipocaram greves de professores por todo o Brasil, a APLB-Sindicato utilizou de todas as manobras possíveis para impedir a mobilização dos professores na Bahia. Desde a última greve da educação básica contra o governo do PT de Wagner em 2012, que fugiu do controle dos pelegos, que essa diretoria tenta criar inúmeros obstáculos para que a categoria possa decidir sobre suas lutas. Em 2013, num congresso fajuto e ilegítimo mudou o estatuto da entidade para retirar as decisões da assembleia geral e dividir a categoria entre capital e interior, dando mais peso às regionais do interior que reúnem o menor percentual de professores. Com essa mudança impede que a categoria se unifique pra lutar de maneira conjunta, deliberando e decidindo suas ações numa assembleia geral. E a velha fórmula utilizada pelos inimigos dos trabalhadores de dividir para impedir a luta. Enquanto este ano os professores das universidades estaduais fizeram uma greve forte e vitoriosa contra o governo Rui Costa, a diretoria da APLB-Sindicato, além de impedir uma luta conjunta, jogou peso e impôs um acordo rebaixado com o governo que não garante nem a reposição da inflação. Tudo isso por que a APLB é dirigida há décadas pelo PCdoB, o cão de guarda dos governos petistas na Bahia.

É necessário construir outra ferramenta que possa organizar a luta dos professores para derrotar a traição dos pelegos da APLB-Sindicato e o governo de Rui Costa. A APLB-Sindicato e sua direção é amplamente rejeitada pela categoria dos professores pelo seu governismo e suas constantes traições e manobras para proteger os governos petistas.

O PT não mudou a lógica de fazer política em nosso estado e repete as injustiças dos governos carlistas. Se na época em que a direita governou a Bahia a educação e os serviços públicos foram duramente atacados, com os três mandatos do PT não está sendo nada diferente. Nós professores e servidores sofremos duros ataques. Fizemos greves e fomos criminalizados pelo governo Wagner, que desrespeitou a Lei do Piso Nacional do Magistério. Depois de dois mandatos de Wagner, e do primeiro ano do governo Rui Costa, a violência no estado só cresce. Os jovens negros tem 3,5 vezes mais risco de morte por violência do que os brancos. Mais mulheres são vítimas de estupro e da violência doméstica. O povo pobre vive uma guerra na periferia das cidades, a violência policial só vem aumentando. A resposta que a sociedade baiana teve foi privatização e o sucateamento dos serviços públicos de educação e saúde e o aumento da repressão policial. Com o BOPE de Rui Costa nas ruas mais chacinas como a do Cabula virão e o genocídio da juventude negra vai aumentar. É essa política de genocídio que o governo do PT quer aprofundar na Bahia.

Este ano a presidenta Dilma cortou 9 bilhões do orçamento da educação e na Bahia houve uma redução do orçamento da educação em R$ 264 milhões comparado com o ano passado. Nosso estado garante milhões em isenções fiscais as grandes empresas e empreiteiras, enquanto o povo baiano tem cada vez mais a educação pública deteriorada, com seus profissionais desvalorizados e trabalhando de maneira precária.

O dia do professor é uma data que remete a luta por uma educação pública de qualidade. Uma data que coloca para nós professores a necessidade de enfrentarmos os inimigos da educação pública que são os governos sejam do PT, DEM, PSDB, PMDB e todos os seus lacaios. Precisamos enfrentar o governo Dilma e seu ajuste fiscal que joga a crise econômica nas costas dos trabalhadores e corta as verbas da educação para continuar pagando religiosamente a dívida pública aos banqueiros com nosso suor e sacrifício. Nós professores temos força e ao lado do conjunto da classe trabalhadora de nosso estado. Temos que continuar nossa luta e nossa mobilização para conquistar uma educação pública de qualidade do tamanho de nossos sonhos.

Neste dia 15 de outubro em que se comemora-se o dia do professor, a grande mídia e os governos usarão esse dia mais uma vez para difundir suas mentiras e suas ilusões colocando o professor ora como um sacerdote, ora como um culpado pelo caos da educação. Para além de qualquer discurso corporativista é preciso dizer que nós professores somos fortes e mais do que ninguém temos muitos motivos para lutar contra os governos que atacam a educação pública e contra o sistema capitalista que joga todo o peso da crise social e econômica em nossas costas.

Os governadores e prefeitos que na campanha eleitoral falavam em priorizar a educação hoje se juntam numa cruzada para rebaixar o índice de reajuste do Piso Nacional, cortar verbas da educação e priorizar os interesses dos banqueiros e grandes empresários. A luta de nossos companheiros professores do Paraná este ano, que foram massacrados pelo governo de Beto Richa do PSDB, é um exemplo de que tanto o PT de Dilma, como o PSDB de Aécio, ou o PMDB de Cunha e Renan e este congresso de picaretas merecem o repúdio do povo e tem que ser botados para fora.

Nós professores da Bahia lutamos incansavelmente em 2012 com 115 dias de greve contra a truculência do governo de Jaques Wagner (PT) que cortou por 4 meses nossos salários e tentou nos matar de fome. Mas resistimos, apesar das 8 companheiras que morreram vítima da crueldade deste governo. Agora, o governo de Rui costa segue a mesma linha, cortando da educação para dar para os ricos. O dia 15 de outubro será um dia nacional de lutas em defesa da educação pública e de seus profissionais. Haverá atos no Brasil inteiro para denunciar os ataques de Dilma, dos governadores e prefeitos à educação pública. Os professores e trabalhadores irão às ruas para lutar contra o ajuste fiscal e contra os cortes na educação pública. São os ricos é que devem pagar pela crise.

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