quarta-feira, 1 de julho de 2015

Todo apoio à greve unificada dos servidores de Alagoinhas



Antonio Sales,
de Alagoinhas (BA).

Os servidores municipais de Alagoinhas iniciaram a greve por tempo indeterminado no dia 11/06, esgotadas todas as possibilidades de negociação. O governo Paulo Cézar (PDT) simplesmente ignorou o acordo firmado para encerrar o movimento paredista do ano anterior – realizar os estudos para viabilizar a equiparação dos direitos e vantagens dos demais servidores com os da Autarquia prestadora de serviços de água e esgoto (SAAE) – e, por muita insistência das representações sindicais (SINPA e SINDACS), a proposta inicial de reajuste zero empacou na inaceitável proposta de reajuste inferior à inflação de 6.41%, enquanto a acumulada até a data-base (1º de maio) é de 8.5%. “Sindicatos que se respeitam não aceitam reajuste salarial inferior à inflação”, este é o coro entoado pelos trabalhadores nas assembleias e manifestações públicas.
A unidade entre o SINDACS (CUT) e o SINPA (CSP-CONLUTAS) demonstra que quando se quer lutar, é possível superar as diferenças e a burocracia sindical – dirigentes estaduais do SINDACS até então afastados da luta, surgem com o claro propósito de por fim a greve, mas, a determinação dos trabalhadores da sua base foi decisiva para frustrar o golpe, dado como certo pela Administração, a ponto de ter sido anunciado o retorno ao trabalho dos agentes de endemias e comunitários no programa da Prefeitura nas emissoras de rádio. Poderíamos fazer uma greve geral no Brasil no dia 26 de junho, se a CUT não tivesse ficado só no chamado.
A greve entrou na sua segunda semana com boa repercussão na mídia local e regional, inclusive TV, com a participação crescente de vários setores: fiscalizações de obras, rendas e vigilância sanitária, tributos, creches, maternidade, postos de saúde, auxiliares e agentes de infraestrutura, motoristas, mecânicos, analista de projetos, concessão de alvarás de funcionamento, agentes comunitários e de endemias, técnicos da SESSAU, dentre outros setores com paralisação parcial.
Os servidores municipais decidiram além de não pagar o preço da crise, repassá-lo ao Prefeito, manifestando-se em toda aparição pública dele e colocando outdoor com a sua foto e o carimbo de reprovado pelos servidores. O grupo político à frente da Prefeitura sentiu o preço do desgaste a ser pago, na inauguração da Feira do Caçoá. O constrangimento do Prefeito, Secretários, Vereadores e do Deputado Federal Paulo Azi (DEM) era visível diante da manifestação dos servidores em greve.
Os grevistas agora lutam em duas frentes: contra a intransigência do governo municipal e a liminar da Desembargadora, que a partir dos argumentos frágeis do governo, deliberou pela não deflagração da greve e caso ela já tivesse sido deflagrada, pelo imediato retorno ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00 para o SINPA. 
Os servidores municipais na quinta-feira, 25/06, acompanharam a apresentação das contas do município e decidiram manter a greve. A assembleia dos trabalhadores foi realizada na própria Câmara, contando com a presença de sete vereadores que declaram apoio ao movimento paredista.  Na sexta-feira, 26 de junho, houve um ato público no paço municipal, e o governo marcou uma reunião de negociação para segunda-feira (29/06), na qual não houve muitos avanços.
A Administração municipal aceitou apenas rediscutir o percentual de reajuste para repor ao menos a perda inflacionária no mês de dezembro e pediu um prazo de sessenta dias para avaliar a extensão dos direitos concedidos aos trabalhadores do SAAE aos demais servidores municipais.
Em todo o momento da greve do funcionalismo municipal, os militantes do PSTU estiveram presentes, prestando solidariedade e contribuindo com a organização dos trabalhadores.

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