Uma verdadeira onda de greves na
educação sacode o país neste momento. São cerca de 50 universidades paradas por
conta dos históricos problemas que a educação brasileira enfrenta. Professores
que se deparam cotidianamente com condições cada vez mais precárias de trabalho
resolveram então se levantar e responder aos duros ataques desferidos pelo
governo. O resultado disso é um movimento grevista cada vez mais forte, que tem
conseguido trazer outras universidades e institutos para a luta. A UFBA, após
assembleia realizada nesta terça, é mais uma das universidades que aderem ao
movimento grevista.
Há muito tempo não se via na UFBA uma
participação tão expressiva da categoria em assembleias. A atual diretoria da
APUB que durante todo mandato tem jogado contra a mobilização da categoria, não
conseguiu conter os professores de se colocarem em luta pelas suas pautas. O
desejo da direção do sindicato de paralisar os professores e proteger o governo
de mais um enfrentamento foi derrotado e os professores
votaram pela adesão da UFBA à greve nacional. A direção da APUB desde então tem
buscado subterfúgios para deslegitimar a greve. Apoiando-se num regimento
ilegítimo, tentam questionar a soberania de uma assembleia legítima, que
expressou o sentimento da base. E o sentimento é que só através da luta vamos
conquistar melhorias para a universidade.
Pioneira na implementação da
principal política para a educação do governo, o REUNI, a UFBA enfrenta de
maneira alarmante os problemas de uma expansão sem recursos. O drama vivido por
professores e estudantes é parte de um processo de precarização e sucateamento
do ensino público iniciado desde o governo FHC, com os planos neoliberais, e
que se aprofundaram no governo Lula e Dilma. Os cortes de quase R$ 5 bilhões
desde o início de seu mandato fazem de Dilma uma verdadeira inimiga da educação
pública no país.
As greves na educação não
acontecem de maneira isolada no país. Rodoviários, trabalhadores da construção
civil e da saúde, tem demonstrado que o ataque dos patrões e do governo à
classe trabalhadora tem sido cada vez mais duros. Na Bahia, o ano tem sido
marcado por fortes mobilizações. A greve dos policiais no início desse ano
demonstrou o potencial de luta que os trabalhadores têm quando se colocam em
mobilização. Segue em curso também a poderosa greve dos professores da rede
estadual de ensino, que conta com o apoio de pais e estudantes que vão para as
assembleias, participam dos atos e só fortalecem o movimento grevista.
Aliada da classe trabalhadora, a
juventude tem tido papel importante em todos esses processos. É fundamental que
possamos avançar para que os estudantes se mobilizem junto com os professores,
construindo uma greve unificada em defesa de uma educação de qualidade. Nesse
momento, será decisivo o apoio dos estudantes aos professores em sua luta. Mais
do que reivindicar melhorias salariais, o movimento grevista deve pautar uma
universidade verdadeiramente democrática e acessível aos setores oprimidos e
excluídos da sociedade. A juventude precisa lutar para que a educação esteja a
serviço da transformação da sociedade e não de sua sustentação.
Nós da juventude do PSTU somos a
favor de todas as mobilizações da classe trabalhadora em defesa de seus
direitos. Sabemos que o mundo que vivemos é injusto e reserva pra juventude um
futuro de incertezas. Mas, nossa força e nossa união serão decisivas para que
possamos construir o futuro que merecemos. A sociedade capitalista é
responsável por todas as mazelas de que sofrem os trabalhadores e jovens e é
contra ela que precisamos gastar todos nossos esforços, nos aliando aos
explorados e oprimidos.
Apoiamos todos os professores que
se colocaram em luta contra os ataques do governo e exigimos que este atenda as
reivindicações do movimento grevista! Que os professores tenham condições
dignas de trabalho e os estudantes possam estudar com qualidade! Que Dilma
garanta 10% do PIB para a educação já, pois não podemos mais esperar! Chamamos
toda a juventude a apoiar a greve, somando-se a ela através de uma greve
estudantil para que este movimento seja vitorioso na luta por uma educação
pública, gratuita e de qualidade!
Salvador, 30 de Maio de
2012
Juventude do Partido
Socialista dos Trabalhadores Unificado
1 comentários:
Concordo plenamente, com o presente texto, os alunos da UFBA, independente dos cursos que façam. Tem que apoiar este movimento da greve de seus professores. Por que é uma luta para eles, fazer um vestibular que tem duas fases, para chegar a universidade e encontrar.
Sua Instituição de ensino, com professores ganhando abaixo, da qualidade do ensino que eles dão, uma infra estrutura que os impossibilita de lecionar em uma sala de aula bem equipada e com melhores recursos.
A greve dos professores, também atrasa o calendário semestral e a continuidade dos trabalhos estabelecidos por este mesmo já citado calendário.
Por isso, se reunam, debatam, quais são as necessidades dos professores e as necessidades que vocês alunos tem. E lutem, por que se vocês não apoiarem, tudo acabará em pizza e não haverá nenhuma mudança, continuarão nesse SISTEMA DE CAOS.
Postar um comentário