Nas ultimas semanas os jovens e trabalhadores baianos acompanharam com atenção e enorme interesse o desenvolvimento do movimento de greve da PM baiana. Muitos estão acostumados a ver noticías de greves de professores, bancários, rodoviários, e outros trabalhadores.Infelizmente também é comum vermos governos como o de Wagner serem duros e inflexíveis frente as reivindicações e utilizarem da repressão policial para derrota-los na base da violência.
A diferença é que na atual greve tratam-se de policiais militares que resolveram dar um basta ao descaso indo a greve como única forma de pressionar o governo a atender suas reivindicações.
Wagner não pensou duas vezes e tratou de criminalizar o movimento. Como dessa vez os trabalhadores em greve foram os policiais militares ele foi buscar o apoio da presidente Dilma que mandou pra cá o exército e força nacional para derrotar através da força o movimento dos PM’s.
Wagner e sua turma criminalizam os policiais em luta.
O governador Wagner assumiu uma conduta inflexível e autoritária que nos fez lembrar os sombrios anos do Carlismo. Em seus discursos, Wagner sempre buscou intimidar os manifestantes e não demonstrou nenhum interesse em negociar as suas pautas. O governador petista, um ex-sindicalista, responsabilizou os PM’s pelo caos que se instaurou no estado , em especial Salvador , tentando com isso jogar a população contra o movimento e nos fazer acreditar que foi a greve da PM que inventou a sensação de insegurança e a violência na Bahia. Se a segurança pública baiana chegou ao caos em que se encontra hoje é por que o governo do PT manteve a política dos tempos do Carlismo. Tanto o PT, como o PSDB/DEM pensam que segurança pública se faz com investimento em armamento e construção de penitenciárias.
Os aliados de Wagner no movimento social apressaram-se para defender o governo petista. A CUT, outrora identificada com as greves e as lutas, denunciou a greve como um ato precipitado, uma ação inconseqüente de um setor minoritário da corporação e cobrou firmeza do governo no enfretamento com a greve.
O PT de Wagner também deu as costas para os grevistas chegando ao ponto de dizer que a greve foi uma ação orquestrada pela oposição para desestabilizar o governo em um ano eleitoral.Um verdadeiro absurdo!Este método da calúnia, da veiculação de mentiras através da mídia para desqualificar trabalhadores que lutam por seus direitos deve ser repudiado por todos , um partido que reproduz este tipo de conduta não merece nenhuma confiança.
Para completar o mosaico de lamentáveis posicionamentos a juventude do PT também nos brindou com a sua infeliz declaração. Em uma nota escabrosa a juventude petista faz uma envergonhada tentativa de isentar o governo Wagner da responsabilidade pela greve ao mesmo tempo em que reconhece que as condições de trabalho dos policiais militares não são as melhores. A juventude do PT quer nos fazer acreditar que Wagner está fazendo o possível pela segurança pública, que o governo zela pelo bem-estar dos policiais, e que neste momento ir a greve foi um ato de exagero dos PM’s da Bahia.
A juventude do PT teve a coragem de fazer um chamado para que os policiais sitiados na Assembléia legislativa entregassem suas armas e aceitassem as condições de negociação apontadas pelo governo. Foram completamente omissos frente ao cerco militar montado pelo exército e a força nacional no CAB, omissos também, frente aos atos de agressão contra familiares dos grevistas, os disparos de balas de borracha contra pessoas que apenas desejavam levar água e mantimentos para os policiais ocupados na ALBA. Para completar comemoraram entusiasticamente através das redes sociais a prisão dos líderes grevistas, a desocupação da assembleia, e a desmoralização dos grevistas feitas pela mídia, em especial a rede Globo.
Isso mesmo, a rede Globo que no passado foi grande aliada da Ditadura contra os movimentos sociais, hoje prestou um grande serviço a Wagner e Dilma jogando a opinião pública contra a greve. Tudo isso acompanhado pelos eufóricos aplausos da juventude petista.
O que a juventude do PT deveria explicar é como o mesmo governo que diz não ter condições de implementar já a GAP IV e V(reivindicações da greve) tem gastado bilhões com as obras da copa, outros tantos milhões com propaganda para vender pro Brasil e o mundo a imagem de uma Bahia que não existe?
Agora estão todos desesperados com a possibilidade do impasse causado pela greve prejudicar o carnaval, o mesmo carnaval que há muito tempo se tornou uma festa para empresário ganhar dinheiro enquanto o povo fica só olhando, de fora da corda é claro.
Triste a realidade da envelhecida juventude do PT. Jovens precocemente acostumados aos gabinetes, tão identificados com figuras como José Dirceu, Palocci e Berzoini, e tão distantes das lutas e dos interesses da juventude que dizem representar.
O lugar da juventude é ao lado dos que sonham e lutam.
A juventude que carrega nos corações e mentes o desejo de mudança e da construção de uma nova sociedade mais justa e igualitária em nada pode se identificar com o autoritarismo de Wagner, a traição do PT, e o conformismo envelhecido da juventude petista.
A juventude do PSTU acredita que através da mobilização e da luta é possível mudar nossas vidas. Solidarizamos-nos com a luta dos diversos movimentos sociais, partilhamos e construímos lado a lado suas pautas e lutas.
Sentimos na pele por diversas vezes a violência da repressão as greves, passeatas, e manifestações. Na experiência do cotidiano das lutas, ou mesmo no dia a dia do jovem negro da periferia sabemos que a Instituição policial é o braço armado de um Estado que pertence há uma classe que nos oprime e explora. Mas não podemos esquecer que dentro da Instituição policia militar existem trabalhadores, também explorados. Aqui falamos dos policiais, não os confundimos com os comandantes da alta oficialidade, estes policiais que fizeram a greve são trabalhadores e tem direito de lutar por melhores condições de trabalho.
A juventude da Bahia, em especial aquela que mora nas periferias de cidades como Salvador, quer andar pelas ruas, pegar um ônibus, ir a escola ou ao trabalho sem temer pela própria vida. A juventude quer viver e ao invés de insegurança queremos cultura e condições dignas de vida. Os policiais militares foram a greve por que são trabalhadores precarizados, com péssimos salários, com péssimas condições de trabalho, dentro de uma arcaica estrutura militar que não lhes permitem ser agentes promotores da segurança.
A repressão a greve deve ser combatida com a solidariedade dos estudantes, professores, carteiros, operários, rodoviários, trabalhadores homens e mulheres que não se curvam frente à opressão e o autoritarismo. Os policiais militares precisam sentir esse apoio, precisam saber que enquanto os seus Oficiais e comandantes (os mesmos que tantas vezes já lhes deram ordem para reprimir greves) estão de braços dados com o governador negando a anistia aos presos políticos, arquitetando a sua condenação pelo simples fato de terem ido a luta por seus direitos, os jovens e os trabalhadores estão ao seu lado.
A juventude trabalhadora, em especial os jovens negros e negras, cotidianamente vitimados pela repressão nos bairros da periferia de Salvador e das grandes cidades brasileiras não podem ter duvidas sobre de qual lado ficar diante da repressão e criminalização de trabalhadores. Precisamos se posicionar ao lado dos PM’s, exigindo que os presos políticos de Wagner sejam soltos e anistiados! É hora de cercar da mais ampla solidariedade os trabalhadores reprimidos, a juventude do PSTU entende que essa é uma bandeira que deve ser assumida por todo o movimento estudantil, pelos centros acadêmicos, grêmios, DCE’s, e também pelos jovens trabalhadores.
Pela liberação dos presos políticos do governo do PT!
Abaixo a criminalização e a repressão dos movimentos sociais!
Juventude do PSTU.
1 comentários:
Quem disse que o novo já nasce velho? Isso sim é juventude...
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