sábado, 11 de setembro de 2010

Na semana da Parada Gay da Bahia, candidatos do PSTU Bahia assinam a campanha da ABGLT

No próximo domingo acontecerá a 9ª Parada Gay da Bahia. Esta semana está sendo dedicada a diversos espaços de discussão sobre o tema LGBT, e o PSTU Bahia aproveita a oportunidade para assinar a campanha da ABGLT: “Voto contra a homofobia, defendo a cidadania”. Todos os candidatos do PSTU no estado assinaram o termo de compromisso com a campanha, com destaque para os candidatos ao governo do estado Prof. Carlos Nascimento e o candidato a dep. Federal Danilo Marques, dois candidatos que mais do que apoiadores do movimento LGBT são militantes do setor.

O PSTU defende as bandeiras históricas de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros (LGBTT) desde a sua fundação em 1994. Estivemos presentes nas principais lutas travadas pelos homossexuais em defesa de seus direitos. Mais do que isso, temos um programa específico para o combate aos problemas sofridos pela comunidade gay que está sendo levantado por nossos candidatos nestas eleições.

Queremos dizer que os candidatos do PSTU estão assinando a campanha da ABGLT, porém, com algumas importantes ressalvas. Estamos assinando para que fique público que nossos candidatos apóiam de forma intransigente a luta contra todo tipo de opressão, particularmente a homofobia. Tal apoio não é somente formal, mas é prático, tal como demonstrou nosso candidato a presidente José Maria de Almeida, que esteve presente na primeira marcha contra a homofobia em Brasília no começo deste ano e nosso candidato a deputado federal pela Bahia Danilo Marques, que dedicou uma semana de programa eleitoral para defender o fim da homofobia.

Contudo, precisamos dizer que nosso programa político vai além dos eixos propostos pela campanha da ABGLT. Por sermos um partido socialista, entendemos que os problemas sofridos pelos homossexuais são agravados pelo neoliberalismo e são sentidos de maneira mais dramática pelos LGBTs da classe trabalhadora. Por isso, não só defendemos a união civil, mas a extensão de diversos outros direitos sociais para esse setor da população.

Queremos a criminalização da homofobia, mas achamos que o PL 122, embora necessário é ainda insuficiente. Do mesmo modo, somente a adoção do nome social para travestis e transexuais não garantirá inclusão. Defendemos um sistema de saúde verdadeiramente público e estatal para dar conta da especificidade da saúde LGBT. Defendemos um sistema de ensino público e radicalmente laico, com o fim da intervenção das igrejas na educação para que esta deixe de ser fonte de reprodução das ideologias e da moral dominantes. Defendemos políticas públicas universalizantes, que assegurem direitos iguais e o respeito à diversidade, bancadas pelo Estado, contra as privatizações, sem parcerias público/privadas, sem a terceirização dos serviços para ONGs e sem qualquer forma de mercantilização de direitos sociais.

Por fim, queremos dizer que o Brasil é recordista em violência contra LGBT's. Se tal quadro dramático ainda persiste, isso se deve em parte à política demagógica do governo Lula que, após dois mandatos, não aprovou nenhuma lei que garanta qualquer das reivindicações dos LGBT's. Não concordamos com a avaliação positiva que muitos setores do movimento fazem deste governo. Em verdade, Lula só fez capitular aos setores fundamentalistas das bancadas católica e evangélica em nome de alianças governamentais que marginalizaram o movimento homossexual.


Neste domingo (dia 12/09) a militância do PSTU estará presente na 9ª Parada Gay da Bahia porque entendemos que este é um importante espaço de disputa. Para além do caráter festivo da parada Gay, achamos importante que ela sirva como um instrumento de luta de todos e todas que são contra todas as formas de opressão. Somente a luta direta e a defesa explícita das bandeiras LGBTs poderão combater o preconceito. Somente a luta pela transformação radical da sociedade irá criar as bases para uma mudança na mentalidade social. Por isso defendemos o socialismo.


*Danilo Marques 1616 – Dep. Federal
Com contribuição de Douglas Borges da Secretaria LGBT do PSTU

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