sábado, 12 de setembro de 2015

Desemprego supera 10% na Região Nordeste

A Bahia amarga a mais alta taxa no país, 12,7%

Por Roberto Aguiar, Salvador (BA)

Como reflexo da crise econômica que atinge o país, o desemprego aumentou em 22 dos 27 estados e unidades da federação no segundo trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2014. A média nacional ficou em 8,3% entre abril e junho, conforme apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Na Região Nordeste a piora do mercado de trabalho é maior. O desemprego cresceu em sete dos nove estados e já ultrapassa os dois dígitos na média da região, subindo de 8,3% para 10,3% na comparação entre os segundos trimestres de 2014 e de 2015.

Rio Grande do Norte (11,6%), Alagoas (11,7%) e Bahia (12,7%) são estados que têm desocupação acima dos 10%. A Bahia amarga o maior índice de desemprego do país, os setores de construção civil e serviços têm contribuído bastante para o alcance desse elevado grau de desemprego.

“A economia não cresce há cinco semestre. Há uma piora do mercado em um ritmo rápido e intenso. O mercado de trabalho está sentindo fortemente os efeitos da crise econômica e perde o que tinha conquistado nos últimos anos. Com isso, aumenta a taxa de desocupados e a perda dos empregos com carteira de trabalho. Por outro lado, avança a precarização do trabalho e a informalidade”, explica Michelle Félix, doutoranda em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Lutar em defesa dos empregos e dos direitos
Para Renata Malett, presidente do PSTU Salvador, é preciso a construção de um plano de lutas em defesa dos empregos e dos direitos. “O ajuste fiscal imposta pela presidente Dilma (PT) ataca os direitos e os empregos dos trabalhadores. Precisamos reverter essa situação.  Que esse ajuste seja feito nos ricos e poderosos, nos patrões e banqueiros. Que eles parem de lucrar à custa do sofrimento do povo. Para isso, é necessário a construção de um plano de lutas, conforme aponta CSP-Conlutas com a realização da Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, no próximo dia 18, em São Paulo”.

Renata Malett reivindica a construção de uma alternativa de luta que se enfrente contra os ataques do governo federal e também contra a oposição burguesa capitaneada pelo PSDB. “Nossa alternativa não pode ser apoiar esse governo como tem feito a CUT, o MST e a UNE. Nem apoiar Aécio Neves do PSDB e Eduardo Cunha do PMDB, que defendem que seja esse Congresso corrupto a tirar o governo. A classe trabalhadora precisa tomar em suas mãos a tarefa de botar essa corja toda para fora e derrotar também esse ajuste fiscal”, defende.

“A classe trabalhadora, junto com a juventude e a todos setores populares, mobilizada, tem força para derrotar todos eles e impor a defesa dos seus direitos e um governo seu. Por isso, a manifestação do dia 18 de setembro e o Encontro Nacional, no dia 19 de setembro, são os primeiros passos para que a classe trabalhadora possa construir uma alternativa de luta ao governo Dilma (PT) e ao PSDB”, concluiu Malett. 

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