20 de novembro é dia de luta! Nossa consciência é negra e
socialista!
Jean Montezuma, de Salvador (BA)
20 de novembro de 2013, 125 anos após a abolição da
escravatura, os negros e negras foram às ruas em todo o Brasil mostrar que a
luta contra o racismo e pela verdadeira liberdade ainda continua. Nesse 20 de
novembro, saudamos a memória de nossos mártires, Zumbi, Dandara, Maria Filipa,
e tantos outros homens e mulheres que iniciaram a resistência desde o dia em
que o primeiro negro africano chegou aqui para ser escravizado.
Hoje as ruas do centro de Salvador tornaram-se o palco da
XXXIV marcha Zumbi dos Palmares. Cerca de 2 mil pessoas estiveram presentes e,
durante todo o ato, seja nas falas ou nas letras do Reggae e do Hip Hop, as
bandeiras de luta do povo negro eram lembradas. O tema da violência e do
extermínio da juventude negra esteve presente em todas as falas. Um Recente
estudo realizado pelo IPEA comprovou que o racismo faz com que nós negros
tenhamos uma expectativa reduzida em relação aos brancos. Somos nós também as
maiores vítimas de mortes violentas: “O
negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e
por sua cor de pele. Tais discriminações combinadas podem explicar a maior
prevalência de homicídios de negros vis-à-vis o resto da população”.
Por isso, a luta contra o genocídio do povo negro e pobre
tem movido o movimento negro levando-o a se chocar com governos como o de
Wagner/PT, que aqui na Bahia pratica uma política de segurança pública marcada
pela criminalização da pobreza. Não à toa, a PM baiana é a que mais mata no
Brasil, e não à toa na Bahia a taxa de homicídios entre os negros é 47,3 para
cada grupo de 100 mil, sétima pior do Brasil.
O PSTU participou da marcha levando a mensagem da
necessidade de uma luta combinada contra a opressão racista e a exploração
capitalista. Durante o ato nossa militância vendeu cerca de 50 jornais Opinião
Socialista “Raça e Classe”, uma edição especial de nosso jornal inteiramente
dedicada a discutir um programa de raça e classe para o povo negro e para a
classe trabalhadora brasileira. Somente uma luta sob a bandeira de raça e
classe será capaz de pôr a baixo as barreiras impostas a nós negros pelo
racismo. O destino dos negros e negras está ligado ao da classe trabalhadora e
somente como parte dela, como protagonistas de uma luta anti-racista, classista
e socialista que os negros alcançarão a sua verdadeira liberdade
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