A defesa de nossas vidas dependerá de nossa união e luta contra os empreiteiros e os governantes que buscam manter-se na riqueza e no poder sobre os cadáveres dos operários
Atnágoras Lopes
É com profunda dor e indignação que externamos, em primeiro lugar, nossos mais sinceros votos de pesar aos familiares e amigos de nossos nove companheiros que ontem nos deixaram, vítimas de um acidente de trabalho em um canteiro de obras em Salvador, no estado da Bahia.
Nesse difícil momento queremos nos dirigir também aos milhares de operários da construção em Salvador e prestar-lhes a nossa solidariedade de classe e também dizer-lhes de nossa crença de que será somente a partir da reação e luta de nossa categoria, como agora vocês estão fazendo, que poderemos reverter esse cenário de tamanha exploração e desprezo dos empresários e governantes pelas nossas vidas.
Temos milhões de motivos para nos entristecermos e nos indignarmos nesse momento de tamanha perda, mas temos também o desafio de encontrar forças para organizar nossa revolta e transformá-la em uma ação unitária de nossa categoria pra enfrentar e reverter esse cenário tão macabro, que se alimenta da ganância dos empresários, da conivência e da inércia dos governantes.
Não ficaremos assistindo às propagandas do “desenvolvimento” do país, como se isso estivesse beneficiando a vida de quem trabalha enquanto, na verdade, esse tal crescimento está se dando às custas de nossas péssimas condições de trabalho, de saúde, de salário e de segurança. Oficialmente, no ano passado, foram 379 mortes por acidente de trabalho em nosso país, isso sem contar algumas dezenas de milhares que certamente não foram registradas nos cálculos do governo.
É preciso que sejamos solidários uns com os outros, apoiar e dar força aos familiares de nossos camaradas. Assim, saudamos a unidade e atitude de nossos companheiros da Bahia que nesse momento se levantam em marcha e lutam contra essa situação.
Em meio à dor e indignação, nossa categoria tem encontrado forças para gritar!
Contra essa situação já ocorreram várias lutas só neste ano, manifestações e gritos de resistência de nossa categoria. Por exemplo, no último dia 28 de abril os trabalhadores da Construção Civil de Belém paralisaram suas atividades exigindo mais segurança nos canteiros; ação idêntica farão nossos companheiros de Fortaleza no próximo dia 18 em protesto contra as 16 mortes ocorridas só este ano naquela cidade. Foi exatamente contra as péssimas condições de trabalho que, no início desse ano, cerca de100 mil operários das obras do PAC se levantaram em greve e protestos em todas as regiões de nosso país.
Está evidente que a defesa de nossas vidas dependerá de nossa união e luta contra os empreiteiros e os governantes que buscam manter-se na riqueza e no poder sobre os cadáveres de nossa categoria. Afinal, como vivem hoje os filhos de nossos milhares de companheiros que tombaram?
Quantos empresários ou governantes foram punidos?
Por que o governo sabe que um contingente de 3 mil auditores fiscais é absolutamente insuficiente para fiscalizar todas as obras de nosso país e não faz nada?
Por que somos obrigados a andar nesses elevadores externos, por dezenas de andares, se a engenharia e a tecnologia permitem e possibilitam condições para que, desde a primeira laje, já se instale os elevadores definitivos que, como sabemos, não andam caindo e matando os milhões que moram nos prédios que nós construímos?
Além de nosso pesar, de nossa dor e de nossa indignação é hora de juntar as nossas forças, unificar nossa categoria e em nome dos que tombaram e em defesa das nossas vidas, exigir:
Chega de mortes nos canteiros!
Atnágoras Lopes é operário da construção civil de Belém (PA) e membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e militante do PSTU
Nesse difícil momento queremos nos dirigir também aos milhares de operários da construção em Salvador e prestar-lhes a nossa solidariedade de classe e também dizer-lhes de nossa crença de que será somente a partir da reação e luta de nossa categoria, como agora vocês estão fazendo, que poderemos reverter esse cenário de tamanha exploração e desprezo dos empresários e governantes pelas nossas vidas.
Temos milhões de motivos para nos entristecermos e nos indignarmos nesse momento de tamanha perda, mas temos também o desafio de encontrar forças para organizar nossa revolta e transformá-la em uma ação unitária de nossa categoria pra enfrentar e reverter esse cenário tão macabro, que se alimenta da ganância dos empresários, da conivência e da inércia dos governantes.
Não ficaremos assistindo às propagandas do “desenvolvimento” do país, como se isso estivesse beneficiando a vida de quem trabalha enquanto, na verdade, esse tal crescimento está se dando às custas de nossas péssimas condições de trabalho, de saúde, de salário e de segurança. Oficialmente, no ano passado, foram 379 mortes por acidente de trabalho em nosso país, isso sem contar algumas dezenas de milhares que certamente não foram registradas nos cálculos do governo.
É preciso que sejamos solidários uns com os outros, apoiar e dar força aos familiares de nossos camaradas. Assim, saudamos a unidade e atitude de nossos companheiros da Bahia que nesse momento se levantam em marcha e lutam contra essa situação.
Em meio à dor e indignação, nossa categoria tem encontrado forças para gritar!
Contra essa situação já ocorreram várias lutas só neste ano, manifestações e gritos de resistência de nossa categoria. Por exemplo, no último dia 28 de abril os trabalhadores da Construção Civil de Belém paralisaram suas atividades exigindo mais segurança nos canteiros; ação idêntica farão nossos companheiros de Fortaleza no próximo dia 18 em protesto contra as 16 mortes ocorridas só este ano naquela cidade. Foi exatamente contra as péssimas condições de trabalho que, no início desse ano, cerca de100 mil operários das obras do PAC se levantaram em greve e protestos em todas as regiões de nosso país.
Está evidente que a defesa de nossas vidas dependerá de nossa união e luta contra os empreiteiros e os governantes que buscam manter-se na riqueza e no poder sobre os cadáveres de nossa categoria. Afinal, como vivem hoje os filhos de nossos milhares de companheiros que tombaram?
Quantos empresários ou governantes foram punidos?
Por que o governo sabe que um contingente de 3 mil auditores fiscais é absolutamente insuficiente para fiscalizar todas as obras de nosso país e não faz nada?
Por que somos obrigados a andar nesses elevadores externos, por dezenas de andares, se a engenharia e a tecnologia permitem e possibilitam condições para que, desde a primeira laje, já se instale os elevadores definitivos que, como sabemos, não andam caindo e matando os milhões que moram nos prédios que nós construímos?
Além de nosso pesar, de nossa dor e de nossa indignação é hora de juntar as nossas forças, unificar nossa categoria e em nome dos que tombaram e em defesa das nossas vidas, exigir:
Chega de mortes nos canteiros!
Atnágoras Lopes é operário da construção civil de Belém (PA) e membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e militante do PSTU
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