terça-feira, 3 de novembro de 2015

Greve dos petroleiros precisa ser apoiada pela sociedade brasileira

|Por Dalton Francisco, geólogo aposentado da Petrobrás

As mobilizações iniciadas no dia 29 de outubro de 2015, a partir dos cinco sindicatos da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), ganham corpo a cada dia com o inicio da greve nas bases Federação Única dos Petroleiros (FUP)– desde o último domingo, 01/11. E, como sempre fizeram, desde o inicio do movimento grevista que os gestores da Petrobrás aplicam práticas antisindicais contra o legítimo direito de greve da categoria petroleira.

“O Plano de Negócios e Gestão da Petrobras é ruim para a sociedade brasileira e para a vida de milhares de trabalhadores que estão sendo demitidos pelo país afora”. Essa informação já foi anunciada pela FNP.

Só o escândalo da corrupção, onde todas as grandes empreiteiras do Brasil estão envolvidas e comprometidas, já demitiu mais de 120 mil trabalhadores petroleiros terceirizados. Agora, de novo, o objetivo do governo do PT, junto com PSDB e PMDB, é privatizar a Petrobrás, vendendo esse “peixe podre” como solução para a corrupção praticada pelas empresas privadas. Ninguém desmente, que, na verdade, trata-se de um antro de ladrões “querendo” dar concerto à corrupção generalizada.

A venda de ativos e a redução de investimentos fazem parte do Plano de Negócios e Gestão da Petrobras para reduzir o nível de endividamentos, causado pela corrupção. Os trabalhadores não devem pagar essa conta passada a mão pelos grandes empresários. Não é à-toa que o governo Dilma (PT) oferece um reajuste abaixo da inflação e quer cortar direitos sociais historicamente conquistados na luta dos petroleiros.

Todos os trabalhadores sabem que enquanto dura a greve, todos os contratos de trabalho estão suspensos. Isso significa que não há subordinação do trabalhador com nenhum gerente. Toda negociação de efetivo e produção é realizada entre sindicato e empresa. Somente seguindo fielmente a orientação do sindicato é que podemos garantir a preservação dos empregos e barrar a nova tentativa de privatização da Petrobrás, levada a cabo pelo governo do PT, junto com PSDB e PMDB.

Os trabalhadores petroleiros da Petrobrás descobriram o petróleo para o Brasil. Desde então, eles muito têm lutado para garantir a permanência desse patrimônio para os brasileiros. Os petroleiros sempre estiveram nas linhas de frente de todas as lutas contra a entrega do petróleo do Brasil para as multinacionais. Os petroleiros também ocuparam posições estratégicas importantes nas trincheiras montadas contra a covardia da ditadura militar no Brasil.

Quando FHC (PSDB) derrotou os petroleiros em 1995, o resultado foi a quebra do monopólio estatal do petróleo. Para isso FHC também contou com o apoio massivo da TV Globo, nada diferente do apoio recebido pela ditatura militar.  E o pior dos efeitos foi a continuidade dos leilões de petróleo, realizados pelo governo do PT, apoiado por centrais e sindicatos cooptados. E a TV Globo segue com a mesmo postura, agora apoiando o governo do PT e a patronal, contra os trabalhadores.

Via leilões, tanto o governo do PSDB como do PT, venderam a preço de banana gigantescos campos de hidrocarbonetos para empresas estrangeiras. O campo de Libra, o maior deles, foi dado de mão beijada às empresas estrangeiras, no governo Dilma.

Então, a luta dos trabalhadores petroleiros não é uma luta apenas econômica, é uma luta pela conquista da soberania nacional. Ou seja, pela melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e da imensa maioria do povo brasileiro. Além disso, os trabalhadores petroleiros trabalham sempre expostos a riscos físicos (mutilando-os e matando-os) e riscos químicos extremamente tóxicos e cancerígenos para produzir energia que move o país.

Somente conhecendo esse contexto histórico é possível compreender e entender o porquê da greve dos petroleiros. Uma greve necessária e que precisa ser apoiada por toda a sociedade brasileira. Juntos, temos que impedir o governo Dilma (PT) de continuar arruinando a vida dos trabalhadores brasileiros, achatando cada vez mais seus salários e retirando seus direitos conquistados na luta árdua contra a patronal.

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