(Foto: MST-BA) |
A ocupação, que faz parte da jornada de lutas das mulheres camponesas, organizada pela Via Campesina Brasil em torno do dia internacional de luta das mulheres, o 8 de março, cobra do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra) agilidade nos processos de desapropriação dos latifúndios das grandes áreas do monocultivo de eucalipto.
O Grupo Suzano, que atua em diversos segmentos econômicos, controla 771 mil hectares, dos quais 326 mil de monocultura de eucalipto, concentrados na Bahia, no Espírito Santo, em São Paulo, em Minas Gerais, no Maranhão, no Tocantins e no Piauí.
Esse modelo de produção amplia o desmatamento da Mata Atlântica, descumprindo as determinações do Código Florestal vigente, que obriga a preservação da Reserva Legal e das Áreas de Preservação Permanente, as APPs.
Dessa forma, as 23 mil famílias Sem Terra acampadas na Bahia poderiam ser assentadas, uma vez que as papeleiras não cumprem a função social da terra, como determina a Constituição.
Além disso, as mulheres camponesas denunciam que o Estado brasileiro prioriza o modelo do agronegócio, fazendo por meio de bancos públicos repasses para as empresas privadas do eucalipto e exigem investimentos do governo estadual e federal nos assentamentos da região.
Com essa ocupação, as mulheres denunciam com a ação o descaso social e ambiental que as empresas monocultoras de eucalipto praticam na região, aumentando a pobreza e desigualdade social com a expulsão das famílias do campo.
O êxodo rural provoca o inchaço dos grandes centros urbanos, onde a população não tem os direitos sociais garantidos e são vítimas do aumento da violência. A região Sul da Bahia é considerada uma das mais violentas do país.
Essa é a 2ª ocupação de mulheres trabalhadoras rurais em uma área de eucalipto na região Extremo Sul da Bahia. A primeira aconteceu no dia 28 de março de 2011, no município de Eunápolis, na fazenda Nova América, de propriedade da Veracel.
A Veracel é um oligopólio transnacional criado com a parceria de duas empresas líderes no setor de celulose e papel, a brasileira Fibria e a sueco-finlandesa Stora Enso.
A empresa controla 119.000 hectares de terra nos municípios de Eunápolis, Canavieiras, Belmonte, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Itapebi, Mascote, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália.No ano passado, foram ocupadas diversas áreas dessa empresa e os trabalhadores rurais pressionam para transformá-las em assentamentos.
fonte: MST
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