No dia do professor e
da professora, é necessário chamar os educadores e as educadoras à luta contra
o ajuste fiscal da presidente Dilma (PT) e do governador Rui Costa (PT), e em
defesa da educação pública no Brasil e na Bahia
|Por Professor Zé Roberto, PSTU Itabuna/BA
“Começou
a chamada para o ‘Educar para transformar’, um pacto pela educação. E sabe quem
vai participar? Todo mundo. O desafio é melhorar o ensino público na Bahia. O
governo vai trabalhar muito e com a participação das famílias, prefeitos,
estudantes e professores e empresários. Sabe quem vai aprender mais e mais?
Quando todos se juntam a educação melhora. Governo do Estado Bahia. Terra mãe
do Brasil.” (Propaganda do governo da Bahia veiculada na TV)
Quem
é estudante, professor ou funcionário das escolas públicas devem ter tomado um
susto com a propaganda do governo veiculada na TV e rádio sobre a educação
pública na Bahia. Nessa propaganda aparecem escolas bem cuidadas, cheias de
recursos tecnológicos, alunos e professores felizes, enfim uma propaganda longe
da verdadeira situação das nossas escolas. Uma realidade fictícia, como um
filme de Holywood ou um sonho. Mas acalmem-se, trata-se de mais uma peça
publicitária do governo Rui Costa do PT distante da realidade. É pura ilusão
criada para nos enganar. Essa campanha publicitária nada tem a ver com a
realidade da educação pública baiana. Esconde os professores e funcionários
terceirizados, amargando meses de salários atrasados e ganhando uma miséria;
não mostra as escolas sem merenda com os alunos tendo que ser liberados mais
cedo; não fala da estrutura física precária dos prédios escolares e da falta de
verbas para comprar materiais básicos.
O
chamado “Educar para transformar: um pacto pela educação” é uma campanha
midiática lançada na televisão e no rádio com o lema ‘Quando todos se juntam a
educação melhora’. Nessa campanha, o governo Rui Costa, que sistematicamente
corta verbas da educação e precariza o trabalho de professores e funcionários
das escolas, diz, que basta que os pais de alunos, a direção e os professores
se unam, que a educação pública será melhorada. É a mesma ladainha de sempre,
que tenta jogar a crise da educação nas costas dos professores e das famílias,
enquanto o governo prioriza os recursos públicos para os banqueiros e grandes
empresas.
Ao
mesmo tempo que o governo Rui Costa gasta milhões em peças publicitárias para
enganar o povo, a educação pública na Bahia está jogada no caos. Na capital e
no interior, as escolas se assemelham a presídios superlotados, onde os
professores são obrigados a arcar com o próprio bolso materiais para utilizar
em salas de aula. A maior parte das escolas não contam com bibliotecas ou sala
de leituras, quadras de esporte, auditórios ou merenda. O governo diz na
propaganda que o problema só será resolvido com a participação de todos no tal
pacto pela educação, mas em nenhum momento fala de sua participação e de seu
dever em garantir uma escola pública de qualidade. É como se o governo não
existisse e as escolas não dependessem de recursos para garantir a qualidade do
ensino.
Diante
de toda a situação de caos na educação pública em nosso estado, que todos nós
professores e estudantes conhecemos bem, a direção da APLB-Sindicato utiliza de
todos os meios para impedir os professores de irem à luta contra o governo.
Enquanto neste ano pipocaram greves de professores por todo o Brasil, a
APLB-Sindicato utilizou de todas as manobras possíveis para impedir a
mobilização dos professores na Bahia. Desde a última greve da educação básica
contra o governo do PT de Wagner em 2012, que fugiu do controle dos pelegos,
que essa diretoria tenta criar inúmeros obstáculos para que a categoria possa
decidir sobre suas lutas. Em 2013, num congresso fajuto e ilegítimo mudou o
estatuto da entidade para retirar as decisões da assembleia geral e dividir a
categoria entre capital e interior, dando mais peso às regionais do interior
que reúnem o menor percentual de professores. Com essa mudança impede que a
categoria se unifique pra lutar de maneira conjunta, deliberando e decidindo
suas ações numa assembleia geral. E a velha fórmula utilizada pelos inimigos
dos trabalhadores de dividir para impedir a luta. Enquanto este ano os
professores das universidades estaduais fizeram uma greve forte e vitoriosa
contra o governo Rui Costa, a diretoria da APLB-Sindicato, além de impedir uma
luta conjunta, jogou peso e impôs um acordo rebaixado com o governo que não
garante nem a reposição da inflação. Tudo isso por que a APLB é dirigida há
décadas pelo PCdoB, o cão de guarda dos governos petistas na Bahia.
É
necessário construir outra ferramenta que possa organizar a luta dos professores
para derrotar a traição dos pelegos da APLB-Sindicato e o governo de Rui Costa.
A APLB-Sindicato e sua direção é amplamente rejeitada pela categoria dos
professores pelo seu governismo e suas constantes traições e manobras para
proteger os governos petistas.
O
PT não mudou a lógica de fazer política em nosso estado e repete as injustiças
dos governos carlistas. Se na época em que a direita governou a Bahia a
educação e os serviços públicos foram duramente atacados, com os três mandatos
do PT não está sendo nada diferente. Nós professores e servidores sofremos
duros ataques. Fizemos greves e fomos criminalizados pelo governo Wagner, que
desrespeitou a Lei do Piso Nacional do Magistério. Depois de dois mandatos de
Wagner, e do primeiro ano do governo Rui Costa, a violência no estado só
cresce. Os jovens negros tem 3,5 vezes mais risco de morte por violência do que
os brancos. Mais mulheres são vítimas de estupro e da violência doméstica. O
povo pobre vive uma guerra na periferia das cidades, a violência policial só
vem aumentando. A resposta que a sociedade baiana teve foi privatização e o
sucateamento dos serviços públicos de educação e saúde e o aumento da repressão
policial. Com o BOPE de Rui Costa nas ruas mais chacinas como a do Cabula virão
e o genocídio da juventude negra vai aumentar. É essa política de genocídio que
o governo do PT quer aprofundar na Bahia.
Este
ano a presidenta Dilma cortou 9 bilhões do orçamento da educação e na Bahia
houve uma redução do orçamento da educação em R$ 264 milhões comparado com o
ano passado. Nosso estado garante milhões em isenções fiscais as grandes
empresas e empreiteiras, enquanto o povo baiano tem cada vez mais a educação
pública deteriorada, com seus profissionais desvalorizados e trabalhando de
maneira precária.
O
dia do professor é uma data que remete a luta por uma educação pública de
qualidade. Uma data que coloca para nós professores a necessidade de
enfrentarmos os inimigos da educação pública que são os governos sejam do PT,
DEM, PSDB, PMDB e todos os seus lacaios. Precisamos enfrentar o governo Dilma e
seu ajuste fiscal que joga a crise econômica nas costas dos trabalhadores e
corta as verbas da educação para continuar pagando religiosamente a dívida
pública aos banqueiros com nosso suor e sacrifício. Nós professores temos força
e ao lado do conjunto da classe trabalhadora de nosso estado. Temos que continuar
nossa luta e nossa mobilização para conquistar uma educação pública de
qualidade do tamanho de nossos sonhos.
Neste
dia 15 de outubro em que se comemora-se o dia do professor, a grande mídia e os
governos usarão esse dia mais uma vez para difundir suas mentiras e suas
ilusões colocando o professor ora como um sacerdote, ora como um culpado pelo
caos da educação. Para além de qualquer discurso corporativista é preciso dizer
que nós professores somos fortes e mais do que ninguém temos muitos motivos
para lutar contra os governos que atacam a educação pública e contra o sistema
capitalista que joga todo o peso da crise social e econômica em nossas costas.
Os
governadores e prefeitos que na campanha eleitoral falavam em priorizar a
educação hoje se juntam numa cruzada para rebaixar o índice de reajuste do Piso
Nacional, cortar verbas da educação e priorizar os interesses dos banqueiros e
grandes empresários. A luta de nossos companheiros professores do Paraná este
ano, que foram massacrados pelo governo de Beto Richa do PSDB, é um exemplo de
que tanto o PT de Dilma, como o PSDB de Aécio, ou o PMDB de Cunha e Renan e
este congresso de picaretas merecem o repúdio do povo e tem que ser botados
para fora.
Nós
professores da Bahia lutamos incansavelmente em 2012 com 115 dias de greve
contra a truculência do governo de Jaques Wagner (PT) que cortou por 4 meses
nossos salários e tentou nos matar de fome. Mas resistimos, apesar das 8 companheiras
que morreram vítima da crueldade deste governo. Agora, o governo de Rui costa
segue a mesma linha, cortando da educação para dar para os ricos. O dia 15 de
outubro será um dia nacional de lutas em defesa da educação pública e de seus
profissionais. Haverá atos no Brasil inteiro para denunciar os ataques de
Dilma, dos governadores e prefeitos à educação pública. Os professores e
trabalhadores irão às ruas para lutar contra o ajuste fiscal e contra os cortes
na educação pública. São os ricos é que devem pagar pela crise.
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