A Bahia amarga a mais
alta taxa no país, 12,7%
Por
Roberto Aguiar, Salvador (BA)
Como
reflexo da crise econômica que atinge o país, o desemprego aumentou em 22 dos
27 estados e unidades da federação no segundo trimestre deste ano, em
comparação ao mesmo período de 2014. A média nacional ficou em 8,3% entre abril
e junho, conforme apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Na
Região Nordeste a piora do mercado de trabalho é maior. O desemprego cresceu em
sete dos nove estados e já ultrapassa os dois dígitos na média da região,
subindo de 8,3% para 10,3% na comparação entre os segundos trimestres de 2014 e
de 2015.
Rio
Grande do Norte (11,6%), Alagoas (11,7%) e Bahia (12,7%) são estados que têm
desocupação acima dos 10%. A Bahia amarga o maior índice de desemprego do país,
os setores de construção civil e serviços têm contribuído bastante para o
alcance desse elevado grau de desemprego.
“A
economia não cresce há cinco semestre. Há uma piora do mercado em um ritmo
rápido e intenso. O mercado de trabalho está sentindo fortemente os efeitos da
crise econômica e perde o que tinha conquistado nos últimos anos. Com isso, aumenta
a taxa de desocupados e a perda dos empregos com carteira de trabalho. Por
outro lado, avança a precarização do trabalho e a informalidade”, explica
Michelle Félix, doutoranda em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe
(UFS).
Lutar em defesa dos
empregos e dos direitos
Para
Renata Malett, presidente do PSTU Salvador, é preciso a construção de um plano
de lutas em defesa dos empregos e dos direitos. “O ajuste fiscal imposta pela
presidente Dilma (PT) ataca os direitos e os empregos dos trabalhadores.
Precisamos reverter essa situação. Que
esse ajuste seja feito nos ricos e poderosos, nos patrões e banqueiros. Que
eles parem de lucrar à custa do sofrimento do povo. Para isso, é necessário a
construção de um plano de lutas, conforme aponta CSP-Conlutas com a realização
da Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, no próximo dia 18, em São
Paulo”.
Renata
Malett reivindica a construção de uma alternativa de luta que se enfrente
contra os ataques do governo federal e também contra a oposição burguesa
capitaneada pelo PSDB. “Nossa alternativa não pode ser apoiar esse governo como
tem feito a CUT, o MST e a UNE. Nem apoiar Aécio Neves do PSDB e Eduardo Cunha
do PMDB, que defendem que seja esse Congresso corrupto a tirar o governo. A
classe trabalhadora precisa tomar em suas mãos a tarefa de botar essa corja
toda para fora e derrotar também esse ajuste fiscal”, defende.
“A
classe trabalhadora, junto com a juventude e a todos setores populares,
mobilizada, tem força para derrotar todos eles e impor a defesa dos seus
direitos e um governo seu. Por isso, a manifestação do dia 18 de setembro e o
Encontro Nacional, no dia 19 de setembro, são os primeiros passos para que a
classe trabalhadora possa construir uma alternativa de luta ao governo Dilma
(PT) e ao PSDB”, concluiu Malett.
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