O evento foi um rico bate-papo
sobre os 75 anos da morte de Leon Trotsky e sobre o trotskismo
|Por
Elisa Gonçalves, Salvador (BA)
Foi
inaugurada na noite do dia 10 de setembro a nova sede do Partido Socialista dos
Trabalhadores Unificado (PSTU), em Salvador. A inauguração foi dada com uma
mesa de debate composta pelos professores Zacarias (UFBA) e Eurelino Coelho
(UEFS) e coordenada por Gabriela Mota e Renata Mallet.
Os
professores abordaram em suas falas a origem do trotskismo e as elaborações
teóricas de Trotsky, reafirmando que suas elaborações foram comprovadas na
Revolução Russa e seguem atuais.
Zacarias,
que também é militante do PSTU, iniciou sua fala localizando o assassinato de
Leon Trotsky, há 75 anos, por golpes de picareta executado por Ramon Mercader. Localizou
o quão difícil é ser um militante de um partido Trotskista historicamente,
desde a época da aristocracia Russa onde a perseguição Czarista predominava,
além de sermos uma corrente minoritária e jogados à marginalidade. Explicou o
regime de partido apontado por Lenin e Trotsky, que atual sobre o centralismo
democrático que foi reformulado e deformado pela burocracia Stalinista e o
transformou no centralismo burocrático predominando nos Partidos Comunistas (PC’s)
daquela época.
Nosso
convidado Eurelino Coelho afirmou que não há um futuro para humanidade no
reino do capitalismo, reino onde tudo é mercadoria e que só terá um fim com uma
revolução. "É necessário e urgente pôr
um fim revolucionário ao legado do capital. Para quem acredita nisso, Trotsky
está vivo!"
O
professor contestou a teoria etapista da revolução e reivindicou Trotsky em um dos
seus grandes acertos em afirmar que não há possibilidade em vencermos o
capitalismo em um só país. E falou que encontramos muitas respostas em como pôr
fim ao legado do capital em uma das principais elaborações de Trotsky: a Teoria
da Revolução Permanente.
Encerrou
sua importante contribuição falando inquietações sobre a mais verdadeira
afirmação de Leon Trotsky: a crise da humanidade se resume na crise de direção.
Exclamou brevemente sobre os acontecimentos da luta de classes no século XXI,
onde assistimos o protagonismo e a disposição da classe trabalhadora e da
juventude em lutar em várias partes do mundo: Argentina e seus governos
provisórios, a Primavera Árabe e as lutas na Europa, na Espanha e na Grécia. E
finalizou sua intervenção com uma inquietação: Como toda esperança, energia e toda a disposição de lutar, trazidas por
grandes ondas de protesto, se dissolveu? E indicou a importância de usarmos
o termo crise de direção no sentido dialético. Que também os partidos
revolucionários e os partidos de esquerda não podem desconsiderar o Stalinismo
e a Social Democracia que ainda seguem vivas. Que a crise de direção não é um
problema comum, não é uma tarefa fácil. Que são mais de 75 anos da localização
da existência dessa crise.
Liev
Davidovitch Bronstein, popularmente conhecido como Leon Trotsky (1879-1940),
foi um dos principais líderes da Revolução Russa. Seu assassinato envolveu o
comando do Estado soviético a mando de Iossif Vissationovitch Djugashvili, mais
conhecido como Joseph Stalin, que se transformou no principal líder da União
Soviética.
Aos
25 anos de idade, foi o presidente do primeiro soviete de operários de
Petrogrado. Foi fundador e chefe do exército vermelho e líder da III
Internacional. Seu assassinato tentou isolar suas contribuições à margem da
história, porém, o que Trotsky nos deixou foi um grande legado: a luta
permanente contra a burocracia, a teoria da Revolução Permanente e a luta
cotidiana contra a restauração do capitalismo. Além de importantes obras que
seguem atuais, como o Programa de Transição e as Lições de Outubro.
Nós do PSTU reivindicamos o legado de Trotsky, e acreditamos que uma das principais tarefas dos militantes revolucionários na atualidade é a construção de um grande partido revolucionário. Um partido trotskista brasileiro, um partido trotskista internacional, para avançar em direção à revolução mundial.
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