|Por Dalton
Francisco, geólogo aposentado da Petrobrás
As mobilizações iniciadas no dia 29 de outubro de
2015, a partir dos cinco sindicatos da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP),
ganham corpo a cada dia com o inicio da greve nas bases Federação Única dos
Petroleiros (FUP)– desde o último domingo, 01/11. E, como sempre fizeram, desde
o inicio do movimento grevista que os gestores da Petrobrás aplicam práticas
antisindicais contra o legítimo direito de greve da categoria petroleira.
“O Plano de Negócios e Gestão da Petrobras é ruim
para a sociedade brasileira e para a vida de milhares de trabalhadores que
estão sendo demitidos pelo país afora”. Essa informação já foi anunciada pela
FNP.
Só o escândalo da corrupção, onde todas as grandes
empreiteiras do Brasil estão envolvidas e comprometidas, já demitiu mais de 120
mil trabalhadores petroleiros terceirizados. Agora, de novo, o objetivo do
governo do PT, junto com PSDB e PMDB, é privatizar a Petrobrás, vendendo esse
“peixe podre” como solução para a corrupção praticada pelas empresas privadas.
Ninguém desmente, que, na verdade, trata-se de um antro de ladrões “querendo”
dar concerto à corrupção generalizada.
A venda de ativos e a redução de investimentos
fazem parte do Plano de Negócios e Gestão da Petrobras para reduzir o nível de
endividamentos, causado pela corrupção. Os trabalhadores não devem pagar essa
conta passada a mão pelos grandes empresários. Não é à-toa que o governo Dilma
(PT) oferece um reajuste abaixo da inflação e quer cortar direitos sociais
historicamente conquistados na luta dos petroleiros.
Todos os trabalhadores sabem que enquanto dura a
greve, todos os contratos de trabalho estão suspensos. Isso significa que não
há subordinação do trabalhador com nenhum gerente. Toda negociação de efetivo e
produção é realizada entre sindicato e empresa. Somente seguindo fielmente a
orientação do sindicato é que podemos garantir a preservação dos empregos e
barrar a nova tentativa de privatização da Petrobrás, levada a cabo pelo
governo do PT, junto com PSDB e PMDB.
Os trabalhadores petroleiros da Petrobrás
descobriram o petróleo para o Brasil. Desde então, eles muito têm lutado para
garantir a permanência desse patrimônio para os brasileiros. Os petroleiros
sempre estiveram nas linhas de frente de todas as lutas contra a entrega do
petróleo do Brasil para as multinacionais. Os petroleiros também ocuparam
posições estratégicas importantes nas trincheiras montadas contra a covardia da
ditadura militar no Brasil.
Quando FHC (PSDB) derrotou os petroleiros em 1995,
o resultado foi a quebra do monopólio estatal do petróleo. Para isso FHC também
contou com o apoio massivo da TV Globo, nada diferente do apoio recebido pela
ditatura militar. E o pior dos efeitos
foi a continuidade dos leilões de petróleo, realizados pelo governo do PT,
apoiado por centrais e sindicatos cooptados. E a TV Globo segue com a mesmo
postura, agora apoiando o governo do PT e a patronal, contra os trabalhadores.
Via leilões, tanto o governo do PSDB como do PT,
venderam a preço de banana gigantescos campos de hidrocarbonetos para empresas
estrangeiras. O campo de Libra, o maior deles, foi dado de mão beijada às
empresas estrangeiras, no governo Dilma.
Então, a luta dos trabalhadores petroleiros não é
uma luta apenas econômica, é uma luta pela conquista da soberania nacional. Ou
seja, pela melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e da imensa maioria
do povo brasileiro. Além disso, os trabalhadores petroleiros trabalham sempre
expostos a riscos físicos (mutilando-os e matando-os) e riscos químicos
extremamente tóxicos e cancerígenos para produzir energia que move o país.
Somente conhecendo esse
contexto histórico é possível compreender e entender o porquê da greve dos
petroleiros. Uma greve necessária e que precisa ser apoiada por toda a
sociedade brasileira. Juntos, temos que impedir o governo Dilma (PT) de
continuar arruinando a vida dos trabalhadores brasileiros, achatando cada vez
mais seus salários e retirando seus direitos conquistados na luta árdua contra
a patronal.
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